terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Poema de Natal



Falavam-me de Amor


Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,

menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.

Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.

O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.


Natália Correia

20 comentários:

  1. feliz porque a partir das primeiras palavras reconheci o poema.
    mais feliz pela oportunidade de voltar a lê-lo

    obrigado, Saudades

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  2. PRESÉPIO MEU

    Dos cinco irmõs eu era o mais activo
    em fazer o presépio do Natal,
    com muitas ovelhinhas, por motivo
    de ter um certo jeito natural.

    De véspera, com cestos sobraçados
    a grande custo, o musgo procurava
    pelos caminhos, montes e valados,
    onde ele mais fofinho se mostrava.

    Depois... sobre ele com amor dispunha
    em barro de Barcelos as imagens
    representando as várias personagens.

    Enternecido no final compunha
    a gruta do Menino, envolto em linho,
    sorrindo para mim... no seu bercinho!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

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  3. É ternurento, o poema.
    Grata por colocá-lo aqui.

    Platero,

    Um abraço irmão, uma cumplicidade de planuras e muitos poemas reconhecidos de cor.ação,

    P.S.Para o baal, seria "cor-acção",
    À luta, deus endemoinhado!

    Um abraço apertado de Saudades.

    Muito apertado não... só um bocadinho!

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  4. Noutra versão:

    PRESÉPIO DE FAMÍLIA

    Na sala principal do nosso lar
    era hábito, na quadra do Natal,
    fazermos o presépio, para o qual
    cada um trazia coisas ao calhar.

    Como eram numerosas as crianças,
    chegavam-se a juntar em triplicado
    os Meninos-Jesus e, lado a lado,
    vários rebanhos de ovelhinhas mansas.

    Todos os anos aumentando os filhos,
    era preciso pormos espartilhos
    para o presépio não crescer demais.

    O curioso é que, condescendendo,
    do modo que o presépio ia crescendo
    eram mais os Meninos do que as Mães!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

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  5. Que lindo poema, JCN!
    Feliz Natal!

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  6. JCN

    lindo o primeiro soneto
    de uma ternura com o calor
    e do tamanho do NATAL

    abraço

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  7. Vindo de si, Platero, cinzelador de primorosas quadras, o elogio ultrapassa... o calor e o tamanho do Natal, que lhe desejo transtaganamente ilimitado e a perder de vista em felicidde... incontingente! JCN

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  8. ó jcn pareces um filósofo a falar.. vai mas é só-netar... mete a máquina trabalhar carago... até pareces um alente(i)jano.

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  9. baáli...
    estás aqui? Vamos à luta?, baal?
    À luta do Natal?
    (risos e um sorriso confiante para si, baalíiii
    Sem medos... baal (não é bala) é...
    doces... (que enjoativa!)

    Bom Natal, Baal!

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  10. "Bom Natal, Baal!
    Que rima!! Rima interna de um verso por haver!..
    Ouro puro! De lei!...JCN

    JCN??!

    Atão xerá que foi com o D. Xabastião de Natal??(risos, muitos)

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  11. oó (oó... saiu-me) saudades eu acho que o jcn o fausto(a) e o goethe é de desconfiar.

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  12. Ao desconfiado Senhor BAAL desejo também um Feliz Natal com muito espírito de luta por boas causas, revolucionariamente! JCN

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  13. Ena que cortesia! Sr. João de Casto Nunes!

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  14. Saudades,

    Feliz Natal, em recheio, como a azevia; açucar e pão, erva-doce, limão, aguardente e ALEGRIA!

    Boas festas!

    Aquele abraço!

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  15. Uma azevia se diz por aqui, quando alguém abusa: "Levas uma azevia!" que é uma estalada (pedagógica, é claro!)e aqui se diz "orelhada" coisas do Alentejo, como diria o para além de transtagano, o "magano" JCN!
    Mas um arrozinho doce, com muito leite, limão, um pauzinho de canela... e os losângulos feitos com os dedos com canela em pó, por cima do arroz, a fumegar... Lá isso!

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  16. txi... que confusão... :) então, mas então... agora fiquei bara-orelhado... :) "aqui" é "orelhada"? Não... aqui, àquem do Tejo (e em todo Portugal, não fosse este um típico doce do rectângulo), vá... para os àquentejanos, é azevia! Azevia... recheios vários lhe dão corpo; grão, feijão, (...), batata-doce e... pão! Pãozinho! Pãozinho sábiamente "desmigalhado", volvido e revolvido em sábia cozedura até ao apuro! Sem queimar, claro!

    Dou... a receita! :)
    Vou... ap(r)ur(m)ar(-me)!
    .
    .
    .
    txi... 2 da manhã...
    Tenho de me apressar, ainda vou para... "Caminha"!

    Azevia rima com... Alegria!
    Venha ela, e de travessa cheia!

    Abraço Saudades, natalício, gastronómico e de avental! oops... tenho as mãos com farinha... ponho uma pinta branca no nariz, e desatamos todos a rir!

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  17. saudades a tua simpatia deixa-me eternamente 'saudoso'.
    bom natal poetisa das torres.

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  18. Torre norte às doze badaladas!
    Pxiuu!!! Ninguém nos ouve. É hoje, a luta!...

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