terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A Plenitude

Instantes há em que, desprevenidos e sem intenções, livres dos hábitos mentais e emocionais, subitamente nos surpreendemos trespassados de um inefável sentimento de infinito, plenitude, felicidade, potência, luminosidade e liberdade. Não somos senão isso que sentimos e sabemos então, pela mais simples evidência, ser essa a realidade e verdade primeira, última e eterna de tudo. Porque nesses instantes a plenitude que sentimos é a plenitude, não a nossa irreal plenitude, mas a plenitude de todas as coisas. A plenitude que se sente sem cisão sujeito-objecto, a plenitude que se vê sem conceito, a plenitude em que corpo, sentidos, mente e consciência são tudo a testemunhar e celebrar sua eterna infinidade, perfeição e esplendor. Uma plenitude sem centro nem periferia, sem interior nem exterior, sem proprietário nem destinatário. Uma plenitude sem porquê nem para quê. A plenitude.

Paulo Borges, Da Saudade Como Via de Libertação, QuidNovi, 2008, p.87

10 comentários:

  1. Desejo-vos um Natal pleno de plenitude!! E que o Ano Novo vos traga Natais todos os dias...

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  2. Instantes que quiséramos eternos!
    Eternidades vividas no instante, sem porquê nem para quê, como que infantes saudosos do que se vê.
    Saudade sem porquê nem para quê!

    Natal em espírito e em plenitude e em sintonia com Tudo e Todos...

    Pax

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  3. Já estou com "saudades"... de agora mesmo! "Sem quê nem para quê"?... De modo algum. Tão-só porque "agora"... acaba de passar. Contingências! JCN

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  4. "Assusta... sermos contingentes"

    Prof. Amadeu Carvalho Homem

    Intermitentemente, ao assumir
    diversas outras personalidades,
    Pessoa com as suas veleidades
    é como se deixasse de existir.

    Ora sendo uma, ora outra criatura,
    despindo como a cobra a sua pele,
    deixava por momentos de ser ele
    embora não mudasse de figura.

    Cada um de nós podia ser Pessoa
    em face da tremenda contingência
    que envolve a nossa cósmica existência.

    Só que nem todos temos a coragem
    de estilhaçar por dentro a nossa imagem
    quando nos surge a névoa pela proa!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Desassinando-me, desejo a todos o Natal/Nascimento nessa Plenitude que não tem quem a diga ou contradiga!

    Que a eterna e imensa Perfeição de tudo esplenda sempre em nós!

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  8. Amigo Paulo,

    "Que a eterna e imensa Perfeição de tudo esplenda sempre em nós!"

    Obrigada.

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  9. Obrigado, Kunzang.

    Desejo plenamente retríbuido!

    E na plenitude dos instantes que mais parecem eternidades, te envio, o voto sincero de Boas Festas!

    Abraço, no meio da ponte!

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