Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
"Pascoalinas"... de antes do Natal
I. No princípio, era o Desejo; depois, a cousa desejada ou, melhor, a sua lembrança.
VI. Se nos enlevamos na contemplação da criatura bem amada, é porque, entre nós e e ela, paira sempre a sua lembrança.
VII. Nunca vi, diante do meus olhos, a mulher bem amada. Isso que parecia ela, servia apenas para eu sentir por ela mais saudades,
O murmúrio da água aumenta a sede.
X. Não ames a cousa, na própria cousa; amai-a, na sua presença de saudade.
Eis o perfeito estado amoroso.
Verbo Escuro,Turbamulta, Teixeira de Pascoaes, Assírio & Alvim
Isto recorda Antonio Machado, Bernardo Soares e a impossibilidade do amor... É uma visão demasiado presente na alma portuguesa para que não me pergunte se não reside aqui uma das suas maiores ilusões e vulnerabilidades, que nos fazem vagabundear persistentemente num limbo de desincarnação e irrealidade...
ResponderEliminarPascoaes também diz: "A 'cousa' encobre o 'ser'. Ó divino eclipse!
ResponderEliminarTalvez, Paulo. Penso, contudo, que a par desse "amar" a lembrança da cousa e vagabundear nesse limbo de irrealidade, como bem diz, nunca "matou" em nós a possibilidade de amar. Veja-se que na alma portuguesa (e não só, na alma humana universal...)encontramos o fulgor da visão camoneana, o amar o Amor, o que nos torna luz e espectro, espírito e o corpo. Ilha dos Amores vivida, em um tempo real e irreal.
Não acho que os portugeses só amem em saudade... e a prova... somos nós e está em nós.
Um abraço, Paulo.
Saudades e Paulo
ResponderEliminartinha saudades da qualidade do Vosso pensamento.
às vezes penso que eu próprio contribuo para essa desertificação.
Com Copenhaga aí, não deixo de me rever poluidor
abraços a vocês
e não preciso que me expliquem nada
Meu querido Platero,
ResponderEliminarMeu querido Platero!...
Assim me deixas... a repetir o nome com que aqui nos brindas...
Um bom dia 8 de Dezembro... dia da Imaculada...
E porque não... com paramento azul e tudo?!... JCN
ResponderEliminar... paramento.
ResponderEliminarÉs um ignorante... primário! JCN
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