sábado, 7 de novembro de 2009

numa tarde, amanhecia

Às vezes a realidade é um cenário

Vibra com as emanações do íntimo

Até as pedras assumem um semblante

Cheio de sentimento e contrário

À ideia que formamos de que as pedras

Estão petrificadas para sempre

O amor transfigura tudo

Talvez por não ser mais que o nosso estado primitivo

Nada surge separado

É umbilical a distância que une todas as coisas

É abissal a treva de termos nascido

O encontro nada mais é do que abrirmos os olhos

E vermos que sempre estivemos no terreiro da infância

Sempre fomos em unidade e afastamento

Porque o universo está em expansão

Mesmo do lado de dentro

Mesmo que nos consideremos pequenos

Na ínfima majestade que o infinito em nós assume

Por isso uma a vida alada se resume

A pouco mais que um momento de contemplação

Lume breve sopro sem de onde

Festiva excedência

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