Despe mais o teu corpo
Despe mais os teus véus,
as tuas vestes, a tua poesia!
Despe mais o teu sangue, a tua ferida
Despe-me (te) solenemente;
Despe-me (te) solenemente;
Despe mais ainda em mim a tua alma.
E quando fores só luz
E brilhares como uma transparência de ti:
Despida estrela da terra e do chão;
Quando já nada tiveres para despir:
Nem palavra, nem silêncio,
Nem infinito espaço
nem infinito tempo
Quando fores só luz de Luz
Despe-te ainda mais de ti e de mim.
E sê-me no imo Um Nada trasparente,
mais do que luz!
Deposita em meu colo esse Nada de palavras
Deixa -o florir no canteiro de mim!
E vamos colher as estrelas
Em outra dimensão que nos iguale em sonho!
Deposita em meu colo esse Nada de palavras
Deixa -o florir no canteiro de mim!
E vamos colher as estrelas
Em outra dimensão que nos iguale em sonho!
Em outro Real nos quisémos Anjos
Em outros olhos nos quisémos boca
E com nossa saliva colámos as palavras
Ao Nada que sabemos e somos:
Sudário do nosso vazio e conhecido rosto
De Poetas.
Maria Sarmento
Cara Saudades, deixou-me sem palavras para dizer a beleza e verdade deste poema! Gratíssimo
ResponderEliminarIndiscutivelmente... é Poesia! JCN
ResponderEliminar"VAMOS COLHER ESTRELAS"
ResponderEliminarEm nnoites de luar, de lua cheia,
"vamos colher estrelas" sem a mão
levados pelas asas da ilusão
que fronteiras não tem... na minha ideia!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Quem continua? JCN
Segunda qudra:
ResponderEliminarSe for preciso levo uma candeia
que pode ser meu próprio coração
que sempre ao rubro está como um carvão
que ao mais ligeiro sopro se incendeia.
JCN
Rematando, em verónica:
ResponderEliminarNo escuro brilham como os pirilampos
que à borda dos caminhos e nos campos
derramam luz que de si mesmos brota.
Vamos colhê-las, pois! seguindo a rota
dos nossos sonhos que não têm limites,
por guia tendo só... nossos palpites!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Sujeito a polimento. JCN
loved!
ResponderEliminarSensibilizado! Nem sempre atiram pedras! JCN
ResponderEliminarGrata pelas palavras, mesmo as não ditas: as que em silêncio mais nos falam; as que despidas mais nos despem, as que veladas mais nos mostram o rosto ausente que nos interroga no sîlenciar que nos escorre em palavras...
ResponderEliminarUm abraço.