Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
Ninguém é perfeito, só as obras de arte. Mas as obras de arte são (de) "ninguém"... Por isso - ainda imperfeitamente como as vemos - são tão perfeitas.
O olhar é que vê (ou não vê) a arte nas coisas, em tudo: umas coisas, mais esplenderosamente do que outras.
Na apreciação de uma obra de arte... nada há mais detestável que a vulgaridade do lugar-comum. Quem nada tem para dizer... melhor é permanecer calado! JCN
conclusão do seu soneto, a despeito da baralhação da rima das suas duas quadras, tá? : não entende o meu leitor nem que eu lhe abra a cabeça que o meu sentido de humor
embora não transpareça acaba meu bom senhor onde o seu rigor começa
depois não venha publicamente apresentar-se como vítima, como derrotado, como não sei quê
Acho-a mais bela que a Vitória da Samotrácia e ambas são muito mais que o automóvel do tempo do Marinetti, ou qualquer outro artefacto nascido da concupiscência fabril do homem contemporâneo. Mas acho que se tivesse braços ficava meio canastrona. E vai um abraço, com os braços da alma (que dizem que também não existem, o que quer dizer que por dentro podemos ser uma Vénus de Milo). :)
Paulo grande confusão vai por aqui nos comentários ao meu poeminha - brincadeira sobre a Vénus de Milo Que é feito partindo do pressuposto de que toda a gente que o lê sabe 1 - que a comparação, em termos de beleza artística, entre a Vénus de Milo e o binómio de Newton, é um achado poético de dimensão universal do nosso -não sei qual o heterónimo - inigualável mestre Fernando Pessoa 2 - que seria ridículo que alguém fosse insensível ao ponto de lamentar a falta de braços de uma peça escultórica - conhecida em todo o mundo muito por esse acidente providencial. Quase como lamentar que o facho da Liberdade de Nova York se tenha apagado com o vento
:) Toda a gente sabe que se apagou com um traque do Bush (não me lembro se era o filho se o pai, mas entre um e outro venha o diabo e escolha). Já os pés do nosso Cristo Rei parece que se enterraram na lama (só há pouco tempo soube que não lhe fizeram os pés). Isto num soneto até ia de lambretta! E mais um abraço almado (desarmado, ou seja, desbraçado)! :)
Meu caro Amigo e excelente Poeta PLATERO: nada tenho a apontar à sua belíssima proposta para remtar as minhas duas quadras alusivas à Vénus de Milo. Primam pela perfeição formal e subtil humorismo. Só que se afastam da minha ideia primordial. Por isso, resolvi refazer todo o poema e dar-lhe a seguinye redacção, que espero seja do seu agrado... sem grande constrangimento:
Apesar de não ter braços a pagã Vénus de Milo, nada há mais belo que aquilo dada a forma dos seus traços.
Chamar-lhe deficiente não é termo adequado, pois mesmo assim mutilado o seu corpo ofusca a gente.
No que respeita à mulher, pense alguém como quiser em questões de perfeição,
eu sem reservas diria que na minha teoria ela é mesmo o seu padrão!
Ninguém é perfeito, só as obras de arte. Mas as obras de arte são (de) "ninguém"...
ResponderEliminarPor isso - ainda imperfeitamente como as vemos - são tão perfeitas.
O olhar é que vê (ou não vê) a arte nas coisas, em tudo: umas coisas, mais esplenderosamente do que outras.
Deficientes? Deficientes somos nós.
grato, Damien
ResponderEliminarleva-me a ver as coisas (artísticas em particular)de outra maneira
abraço
Fale por si; não generalize! JCN
ResponderEliminarAs obras de arte... são de quem as produziu. Ineludivelmete. Mesmo que não se conheça o autor. JCN
ResponderEliminarConcordo Damien, em pleno.
ResponderEliminarPor vezes, pela primeira pessoa, se cria o que outros verão como perfeito, mesmo que seja imperfeita a voz na imagem que em palco o reafirma.
É muito complicado esse distanciamento, e não há espelhos que o provem do contrário.
Teatro, é arte?
Belíssimo pensar Platero, grato.
Abraço a ambos.
Caro Amigo PLATERO, deixo para si a conclusão do soneto:
ResponderEliminarApesar de não ter braços
a grega Vénus de Milo,
a verdade é que, em seus traços,
nada há mais belo que aquilo!
Chamar-lhe deficiente
não é termo apropriado,
o que ela tem simplesmente
é cada braço... cortado.
Deixo para o seu engenho e arte a chave da abóbada! JCN
Na apreciação de uma obra de arte... nada há mais detestável que a vulgaridade do lugar-comum. Quem nada tem para dizer... melhor é permanecer calado! JCN
ResponderEliminarJCN
ResponderEliminaraí vai então a minha proposta de
conclusão do seu soneto, a despeito da baralhação da rima das suas duas quadras, tá?
:
não entende o meu leitor
nem que eu lhe abra a cabeça
que o meu sentido de humor
embora não transpareça
acaba meu bom senhor
onde o seu rigor começa
depois não venha publicamente apresentar-se como vítima, como derrotado, como não sei quê
Não fique deprimido, receba um bom abraço
Acho-a mais bela que a Vitória da Samotrácia e ambas são muito mais que o automóvel do tempo do Marinetti, ou qualquer outro artefacto nascido da concupiscência fabril do homem contemporâneo.
ResponderEliminarMas acho que se tivesse braços ficava meio canastrona.
E vai um abraço, com os braços da alma (que dizem que também não existem, o que quer dizer que por dentro podemos ser uma Vénus de Milo).
:)
Paulo
ResponderEliminargrande confusão vai por aqui nos comentários ao meu poeminha - brincadeira sobre a Vénus de Milo
Que é feito partindo do pressuposto
de que toda a gente que o lê sabe
1 - que a comparação, em termos de beleza artística, entre a Vénus de Milo e o binómio de Newton, é um achado poético de dimensão universal
do nosso -não sei qual o heterónimo - inigualável mestre Fernando Pessoa
2 - que seria ridículo que alguém fosse insensível ao ponto de lamentar a falta de braços de uma peça escultórica - conhecida em todo o mundo muito por esse acidente providencial.
Quase como lamentar que o facho da Liberdade de Nova York se tenha apagado com o vento
:)
ResponderEliminarToda a gente sabe que se apagou com um traque do Bush (não me lembro se era o filho se o pai, mas entre um e outro venha o diabo e escolha).
Já os pés do nosso Cristo Rei parece que se enterraram na lama (só há pouco tempo soube que não lhe fizeram os pés).
Isto num soneto até ia de lambretta!
E mais um abraço almado (desarmado, ou seja, desbraçado)!
:)
Meu caro Amigo e excelente Poeta PLATERO: nada tenho a apontar à sua belíssima proposta para remtar as minhas duas quadras alusivas à Vénus de Milo. Primam pela perfeição formal e subtil humorismo. Só que se afastam da minha ideia primordial. Por isso, resolvi refazer todo o poema e dar-lhe a seguinye redacção, que espero seja do seu agrado... sem grande constrangimento:
ResponderEliminarApesar de não ter braços
a pagã Vénus de Milo,
nada há mais belo que aquilo
dada a forma dos seus traços.
Chamar-lhe deficiente
não é termo adequado,
pois mesmo assim mutilado
o seu corpo ofusca a gente.
No que respeita à mulher,
pense alguém como quiser
em questões de perfeição,
eu sem reservas diria
que na minha teoria
ela é mesmo o seu padrão!
JOÃO DE CASTRO NUNES
JCN
ResponderEliminarnada a acrescentar ao que já disse
da mestria com que o meu amigo trabalha o soneto
Abraço, votos de continuação de boa inspiração