Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
Do Bocage até parece e só por isso merece ser posta na prateleira onde costumo arrumar os poemas de algibeira para os não menosprezar e muito menos deitar no fundo de uma lixeira!
Tudo tem o seu lugar venha lá de onde vier e vá para onde quiser o autor da brincadeira!
às vezes tenho medo de magoar os amigos com estes exercícios académicos quando lhe dediquei a minha quadra "p´ra pular"foi mesmo com intenção de manifestar a minha admiração pela forma como trata matéria tão sensível, delicada, como o clássico soneto. Logo de seguida me arrependi, suspeitando uma leitura enviesada da minha honestíssima intenção. Acertei. A confirmação não se fez esperar. Caro JCN, desagrada-me que trate a quadra popular como arte poética menor. Conhece o Raboyat (?) de Kayam (?), tão próximo da nossa quadra popular. E o trabalho de Fernando Pessoa com esse material: "nunca ninguém se enganou/tudo é verdade e caminho" que me sugeriu, a mim, modesto praticante de arte menor, de que gosto mais do que pratico, o seguinte exemplar:
já vejo que está errado o trilho por onde vou ninguém vai a nenhum lado nunca ninguém se encontrou
o meu amigo é sem dúvida um bom poeta. recuso é aceitar que, enquanto crítico, me considere praticante de uma arte menor
Meu caro Amigo e bem sucedido Poeta: ao cabo e ao resto, parece que fizemos ambos "enviesada leitura" das nossas tomadas de posição, absolutamente honestas e, quando muito, eivadas de um certo fio de socrática "eironeia". Só que eu me desculpabilizo de imediato, dando à expressão "arte menor" o sentido que tradicionalmente lhe é atribuído com base, não na qualidade das respectivas composições, mas tão-só no seu aspecto formal e, de ordinário, em versos de sete sílabas. Foi, de resto, nesta modalidade que brilharam Poetas como Camões e Ruiz de Castelo Branco com seus "Perdigão perdeu a pena" e "Partem meus olhos tão tristes". Não se amofine, pois, meu caro Amigo Platero, e prossiga com as suas admiráveis quadras, de que não perco uma sílaba, mormente quando gentilissimamente me são dedicadas! Se alguma vez lhe atirar uma minúscula pedra, tome isso... como um elogio! Só não se apedreja ou se finge ignorar... o que em verdade nada vale. Olhe o que sucedeu com a Gioconda e com a Pietá! Pedras e marteladas para cima! Quando é demasiado... o sol cega-nos a vista, sobretudo quando somos míopes ou... medíocres. Estou justificado e acaso... perdoado?!... Espero bem que sim, sob o signo da Poesia, a que ambos prestamos culto, metaforicamente discorrendo. Fraternas saudações. JCN
o tal d(o)ente há muito foi à vida. Eu jã não me lembro bem da estória. Era um poema? ou uma das minhas crónicas do Diário do Sul? Abraço. continua inspirado, sff
Platero, há coincidências que não se esquecem, como hoje e a esta hora devidamente imprópria, 3 e 28da manhã... e uma releitura em saudade de um 'xeque ao dente' :)
Bom, se uma outra vez, virado estava como um lobo esganado, hoje, agora, repouso de sete outros eu, e uma longa viagem em direcção a outra longínqua paragem. Quem sabe até ao mar, quem sabe de volta à montanha... pois então, alcatrão :)
E... acabo por antever a resposta ao que te perguntei, o dente... já era! Já lá vai um ano!
Retribuo o mesmo abraço, e agradeço-te, Amigo. Grande abraço!
estando, pelo lido, nos meus dominios - a tal já por si sobeja e sabiamente reabilitada arte menor- sinto-me no direito de sugerir ao preclaro amigo uma ligeira corrigenda à quadra em que "injustamente" se declara "derrotado". O caso não era para tanto, até que a sua declaração de derrota não tem menos qualidade do que o que está na sua origem
vamos, contudo, à minha sugestão: escreve o meu amigo: .......... perante a sua vitória fiquei sem respiração
se fosse eu, teria escrito, para enfatizar a minha condição:
a mão dou à palmatória ante a sua inspiração: perante a sua vitória atiro a toalha ao chão
Isto é que é poetar hiper-protésico! :)
ResponderEliminarSem dúvida
ResponderEliminar:
refrão de pequeno hino ao infortúnio
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarDo Bocage até parece
ResponderEliminare só por isso merece
ser posta na prateleira
onde costumo arrumar
os poemas de algibeira
para os não menosprezar
e muito menos deitar
no fundo de uma lixeira!
Tudo tem o seu lugar
venha lá de onde vier
e vá para onde quiser
o autor da brincadeira!
JOÃO DE CASTRO NUNES
mestre do soneto já eu o sabia
ResponderEliminarcampeão do humor
é que ignorava de todo
Guardo a lição
Em demonstrações de humor
ResponderEliminarcom minhas quadras vulgares
em versos de arte menor
não lhe chego aos calcanhares!
Guarde, pois, minha lição,
que eu guardare seu rifão!
JCN
Que insípida é a vida... sem um laivo de salutar humor! Que insípida é a comida sem uma pitadinha de sal! Deus nos livre, caro Amigo Platero! JCN
ResponderEliminarpresunção e água benta
ResponderEliminardevem tomar-se a preceito
se em excesso o homem rebenta
de tanto lhe inchar o peito
arte menor é a minha
maior a do meu amigo
nem sabe o azar que eu tinha
ter que passar a vidinha
a contemplar o umbigo
Bom, Platero, para que se perceba, há ou não há dente, o dente, o tal do dente, o tal do dente doente? :)
ResponderEliminarGostei da dedicatória
Abraço amigo
A mão dou à palmatória
ResponderEliminarante a sua inspiração:
perante a sua vitória,
fiquei sem respiração!
Vou voltar para o soneto
onde estou mais à vontade
pois nas quadras é verdade
que pareço analfabeo!
JCN
JCN
ResponderEliminaràs vezes tenho medo de magoar os amigos com estes exercícios académicos
quando lhe dediquei a minha quadra
"p´ra pular"foi mesmo com intenção de manifestar a minha admiração pela forma como trata matéria tão sensível, delicada, como o clássico soneto.
Logo de seguida me arrependi, suspeitando uma leitura enviesada
da minha honestíssima intenção.
Acertei. A confirmação não se fez esperar.
Caro JCN, desagrada-me que trate a quadra popular como arte poética menor. Conhece o Raboyat (?) de Kayam (?), tão próximo da nossa quadra popular. E o trabalho de Fernando Pessoa com esse material:
"nunca ninguém se enganou/tudo é verdade e caminho"
que me sugeriu, a mim, modesto praticante de arte menor, de que gosto mais do que pratico, o seguinte exemplar:
já vejo que está errado
o trilho por onde vou
ninguém vai a nenhum lado
nunca ninguém se encontrou
o meu amigo é sem dúvida um bom poeta. recuso é aceitar que, enquanto crítico, me considere praticante de uma arte menor
renovo, contudo, abraço de admiração
Meu caro Amigo e bem sucedido Poeta: ao cabo e ao resto, parece que fizemos ambos "enviesada leitura" das nossas tomadas de posição, absolutamente honestas e, quando muito, eivadas de um certo fio de socrática "eironeia". Só que eu me desculpabilizo de imediato, dando à expressão "arte menor" o sentido que tradicionalmente lhe é atribuído com base, não na qualidade das respectivas composições, mas tão-só no seu aspecto formal e, de ordinário, em versos de sete sílabas. Foi, de resto, nesta modalidade que brilharam Poetas como Camões e Ruiz de Castelo Branco com seus "Perdigão perdeu a pena" e "Partem meus olhos tão tristes". Não se amofine, pois, meu caro Amigo Platero, e prossiga com as suas admiráveis quadras, de que não perco uma sílaba, mormente quando gentilissimamente me são dedicadas! Se alguma vez lhe atirar uma minúscula pedra, tome isso... como um elogio! Só não se apedreja ou se finge ignorar... o que em verdade nada vale. Olhe o que sucedeu com a Gioconda e com a Pietá! Pedras e marteladas para cima! Quando é demasiado... o sol cega-nos a vista, sobretudo quando somos míopes ou... medíocres. Estou justificado e acaso... perdoado?!... Espero bem que sim, sob o signo da Poesia, a que ambos prestamos culto, metaforicamente discorrendo. Fraternas saudações. JCN
ResponderEliminarRUI MIGUEL
ResponderEliminaro tal d(o)ente há muito foi à vida.
Eu jã não me lembro bem da estória.
Era um poema?
ou uma das minhas crónicas do Diário do Sul?
Abraço. continua inspirado, sff
Platero, há coincidências que não se esquecem, como hoje e a esta hora devidamente imprópria, 3 e 28da manhã... e uma releitura em saudade de um 'xeque ao dente' :)
ResponderEliminarBom, se uma outra vez, virado estava como um lobo esganado, hoje, agora, repouso de sete outros eu, e uma longa viagem em direcção a outra longínqua paragem. Quem sabe até ao mar, quem sabe de volta à montanha... pois então, alcatrão :)
E... acabo por antever a resposta ao que te perguntei, o dente... já era! Já lá vai um ano!
Retribuo o mesmo abraço, e agradeço-te, Amigo.
Grande abraço!
JCN
ResponderEliminarestando, pelo lido, nos meus dominios
- a tal já por si sobeja e sabiamente reabilitada arte menor- sinto-me no direito de sugerir ao preclaro amigo
uma ligeira corrigenda à quadra em que "injustamente" se declara "derrotado".
O caso não era para tanto, até que a sua declaração de derrota não tem menos qualidade do que o que está na sua origem
vamos, contudo, à minha sugestão:
escreve o meu amigo:
..........
perante a sua vitória
fiquei sem respiração
se fosse eu, teria escrito, para enfatizar a minha condição:
a mão dou à palmatória
ante a sua inspiração:
perante a sua vitória
atiro a toalha ao chão
pretexto para um renovado abraço
Vencido e convencido! Nada há como a graça... para encerrar uma boa conversa! JCN
ResponderEliminarE porque não, aproveitando a sua deixa?
ResponderEliminarperante a sua vitória
caí redondo no chão.
JCN