quinta-feira, 1 de outubro de 2009

PÓ DE ESTRELA

(Ao jeito de Teixeira de Pascoaes)

Fruto de milenária evolução
e de matéria orgânica formado,
na origem do meu ser atormentado
fui luz de virtual constelação.

Vim das galáxias, sabe-se lá quando:
talvez já fosse pedra, lama ou flor
que em espiral se foram transformando
por obra do Supremo Criador!

Bicho da terra, como diz Camões,
matéria vil de vísceras e ossos,
sujeita a toda a casta de emoções,

ufano-me de ser, em todo o caso,
entre montões de cósmicos destroços,
o pó de alguma estrela... em seu ocaso!

JOÃO DE CASTRO NUNES

2 comentários:

  1. Não posso deixar de o felicitar. Este soneto está mesmo bem conseguido! Foi... feliz.

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  2. :( também queria saber versejar, mas não o sabendo fico contente, que ao menos por mim haja gente, que ponha em verso minha alma a brilhar

    obrigada!!!! (e perdoa a quadra desajeitada)

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