Deixa cair no colo, em repouso,
as tuas mãos cativas!
Côncavas ou convexas,
Elas são o avesso e o direito
de uma mesma Saudade.
Às vezes, até parece que cantam
como pássaros implumes...
São como nuvens,
São como pássaros!
Juntas, não se prendem
Segredam!
Ouvem em oração
o Silêncio do canto
em que voam, aturdidas!...
Separadas asas
do vazio coração
da Hora plena!
Às vezes tardam, as mãos...
Às vezes são, no ar,
O traço luminoso do desejo e da espera.
Outras, dançam,
Em infinitos espaços
A eterna dança das horas:
Suspenso voo do salto cego!
E são os dedos que se agitam
e tremem na maçã do dia,
o redondo fruto de colhê-lo
Liso e novo:
coração implume de pássaro ardente.
São como plumas, os dedos,
cativos das paisagens dos olhos.
São como rosas as pétalas dos dedos
Cativos e saudosos da ausência dos teus!
Pedras, não: antes um punhado de diamante negros com ocultos raios de luz no seu interior como estrelas na escuridão da noite! JCN
ResponderEliminaras mãos... pombas imaculadas e insectos necrófagos. Com elas fazemos e desfazemos os nós que somos, o que somos nós sem elas? :)
ResponderEliminarAdoro mãos, Saudades!
ResponderEliminarO que dizer???
ADORO MÃOS!
Para mim. estão ao mesmo nível dos olhos. Para mim, falam a mesma língua do olhar. Mãos e olhos são uma linguagem que pretendo passar o resto da vida a entender e a falar :)
Adoro Mãos*
BEIJO-TE AS MÃOS
ResponderEliminarBeijo-te as mãos, amor, beijo-te as mãos
as minhas tanta vez acarinharam,
beijo-te as mãos do modo que as beijaram
às damas nos salões os cortesãos!
Beijo-te as mãos que tu dizias feias,
mas que eram para miim como as das fadas,
distintas, elegantes, delicadas,
esculturais, ainda que não creias.
Beijo-te as mãos como beijaste as minhas
pelo amor que te dei, que ambos nos demos
durante o longo tempo que vivemos.
Beijo-te as mãos até à exaustão,
com toda a alma, todo o coração
posto a teuss pés no solo onde caminhas!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Repito o segundo verso, por incompleto:
ResponderEliminarque as minhas tanta vez acarinharam,
JCN
Sentes cair no colo
ResponderEliminarAs tuas mãos cativas
De nuvens e de rosas
Aquelas que aturdidas
Na dança de asas plenas
Tiveram sentidas
Saudades serenas
Do colo dos segredos
Que libertam sentidos
Maçãs e poemas
Na pluma dos dedos
Belos poemas, Saudades e Soantes!
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarDe fariseus... está cheio
ResponderEliminarhoje ainda o nosso meio!
JCN
Eu só posso agradecer por estas vossas palavras, que não tentam definir o mundo, nem indefinir o definido dele, mas que são doces de ouvir, sem vaidade... com muita Amizade as recebo.
ResponderEliminarAproveito para me dirigir (desculpem!) ao Franciso e agradecer-lhe este belo poema.
Um beijo a todos.