Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
«[...] já nos dá ganas de rir, quando encontramos "homem e mundo" um junto ao outro, separados pela sublime arrogância da palavrita "e"!»
É a arrogância e ilusão deste "e" que nos governa e estrutura toda a nossa existência. Será real o que surge como tal à nossa percepção dualista? Incluindo o que percepcionamos de nós mesmos e como "nós mesmos"?
Entendo (corrija-me se assim não for) o que quer dizer com ‘percepção de nós mesmos’ (análise exterior ao “eu”) e como “nós mesmos” (verdadeira percepção do “eu”). Estou em crer que esta abordagem que aqui tomo é já em si dualitária. Mas de que forma se pode fazer esta observação sem que a própria o seja? De que forma se pode percepcionar o que não pode ser atentamente percepcionado? Onde está a origem ao que posteriormente divergiu conjuntivamente disjunto, ou o seu contrário? Se essa origem é real “e” existe então por que via de análise se pode encontrar?
julgo que a nossa percepção dualista é tão real quanto a percepção do vazio sentida pelos místicos... ou seja, tudo ilusão... julgo que é arrogância e ilusão a afirmação da separação dualista assim como também é a negação dela... julgo que é arrogância e separação a afirmação da união universal assim como também é a sua negação...
O que resta?
A era da sensibilidade (abraço ao Nuno Maltez:))? Sem afirmações e negações? Ou com afirmações e negações como factor de libertação dos véus obscurantistas?
Creio que estamos na ilusão conceptual enquanto não nos libertarmos das quatro possibilidades de predicação: dizer que algo é, que não é, que é e não é, que nem é nem não é. É o tetralema que Aristóteles considerava a condição de possibilidade da comunicação e que Nagarjuna descarta como a condição de possibilidade da ilusão. Livrando a mente dos véus conceptuais e das emoções que nos prendem a eles, o que resta? A consciência desperta, que é para experimentar, não para descrever.
e tirar uma fotografia o que é? uma tentativa de abraçar um mundo num papel? uma forma de eternalizar (desculpem a asneira...) o tempo e o espaço? Um artifício de instantanizar (esta asneira ainda é pior...) o momento?
A percepção não dualista é algo que vem não só da "ilusão" que gerada se gera e se repete... repercutindo... como também é resultante de o "e" que gera o "ou". O homem é mundo e não é "e" ou "ou" mundo!? O homem no mundo dá-se quando não há distinção hierárquica entre os seres ou as coisas do mundo e nós que devíamos ser dentro do mundo, a ele unidos ou reunidos, religados... não será verdade?Dizer Mundo ou dizer Homem não é assim tão distinto... Dizer: Homem, o maior predador do Mundo! é já defini-lo por oposição àquilo a que aspira: a não sê-lo. Despertar é inerente ao Homem!? Conta o tempo? Há tempo, nisto?
Kunzang, tirar uma fotografia é simplesmente captar o momento, penso. Chama-lhe o que quiseres. A beleza está aí para ser fruída. Não se tenta definir coisa alguma deste modo.
É a arrogância e ilusão deste "e" que nos governa e estrutura toda a nossa existência. Será real o que surge como tal à nossa percepção dualista? Incluindo o que percepcionamos de nós mesmos e como "nós mesmos"?
ResponderEliminarE se a arrogância e ilusão deste "e" que nos governa e estrutura toda a nossa existência fosse... um "ou"?
ResponderEliminarHomem ou mundo...
Abraço
Caro Rui, acho que o "ou" resulta do "e".
ResponderEliminarAbraço
Como assim Paulo, desculpe a minha ignorância.
ResponderEliminarEstava a tentar efectuar um exercício de lógica matemática para ver se podia chegar a alguma conclusão...
Abraço
Entendo (corrija-me se assim não for) o que quer dizer com ‘percepção de nós mesmos’ (análise exterior ao “eu”) e como “nós mesmos” (verdadeira percepção do “eu”). Estou em crer que esta abordagem que aqui tomo é já em si dualitária. Mas de que forma se pode fazer esta observação sem que a própria o seja? De que forma se pode percepcionar o que não pode ser atentamente percepcionado?
ResponderEliminarOnde está a origem ao que posteriormente divergiu conjuntivamente disjunto, ou o seu contrário? Se essa origem é real “e” existe então por que via de análise se pode encontrar?
Estou um bocadinho baralhado... :)
Abraço Paulo
julgo que a nossa percepção dualista é tão real quanto a percepção do vazio sentida pelos místicos... ou seja, tudo ilusão... julgo que é arrogância e ilusão a afirmação da separação dualista assim como também é a negação dela... julgo que é arrogância e separação a afirmação da união universal assim como também é a sua negação...
ResponderEliminarO que resta?
A era da sensibilidade (abraço ao Nuno Maltez:))? Sem afirmações e negações? Ou com afirmações e negações como factor de libertação dos véus obscurantistas?
Creio que estamos na ilusão conceptual enquanto não nos libertarmos das quatro possibilidades de predicação: dizer que algo é, que não é, que é e não é, que nem é nem não é. É o tetralema que Aristóteles considerava a condição de possibilidade da comunicação e que Nagarjuna descarta como a condição de possibilidade da ilusão. Livrando a mente dos véus conceptuais e das emoções que nos prendem a eles, o que resta? A consciência desperta, que é para experimentar, não para descrever.
ResponderEliminarAbraços
Mas o que é experimentado pode ser descrito.
ResponderEliminarE descrever não é tentar definir, é mais como tirar uma fotografia.
ResponderEliminare tirar uma fotografia o que é? uma tentativa de abraçar um mundo num papel? uma forma de eternalizar (desculpem a asneira...) o tempo e o espaço? Um artifício de instantanizar (esta asneira ainda é pior...) o momento?
ResponderEliminarA percepção não dualista é algo que vem não só da "ilusão" que gerada se gera e se repete... repercutindo... como também é resultante de o "e" que gera o "ou".
ResponderEliminarO homem é mundo e não é "e" ou "ou" mundo!?
O homem no mundo dá-se quando não há distinção hierárquica entre os seres ou as coisas do mundo e nós que devíamos ser dentro do mundo, a ele unidos ou reunidos, religados... não será verdade?Dizer Mundo ou dizer Homem não é assim tão distinto... Dizer: Homem, o maior predador do Mundo! é já defini-lo por oposição àquilo a que aspira: a não sê-lo. Despertar é inerente ao Homem!?
Conta o tempo?
Há tempo, nisto?
Um abraço.
Kunzang, tirar uma fotografia é simplesmente captar o momento, penso. Chama-lhe o que quiseres. A beleza está aí para ser fruída. Não se tenta definir coisa alguma deste modo.
ResponderEliminarSe é um artifício, bendito artifício ;)
ResponderEliminarPergunto-te, Kunzang, se a música não será também um artíficio...
ResponderEliminarNuno, EU sou um artifício...
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