sexta-feira, 16 de outubro de 2009

FARISAÍSMO

Para não ter de louvar
uma obra de arte qualquer,
o fariseu... na intenção
de não tomar posição,
desvia dela o olhar
para nem sequer a ver:
não se vá... comprometer!

Ainda há disto por cá
e certamente haverá!

JOÃO DE CASTRO NUNES

6 comentários:

  1. Como tem passado, JCN?

    Que mauzinho me saíu! JCN ...
    O barrete é de campino, é?
    Ou é mesmo frígio...

    Temos poética farisaica?
    Há por aí bi-barretes?
    (risos)

    Agora a sério, Doutor:

    Louve quem louvar a obra
    Arte só é se qualquer
    Não fariseu que use o eu
    Possa enfim ter posição
    De procurar a melhor
    Em rima e dedicação
    Desculpe a hesitação.

    Ainda há e haverá
    Quem brinque com sedução!

    (Serpentes que voam... baixinho!... JCN!)

    Abraço, JCN!
    Não quero ferir nem magoar a sua "malignidade".

    Atirem pedrinhas, em chuva!
    Que faz tanta falta neste deserto!

    Um sorriso para si que tanto me fez rir de novo, ao ler os comentários de... ontem?

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  2. Riso puro, aberto e transparente, JCN!

    Em Saudade.

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  3. Permita-me, "saudadesdofuturo", que, conquistado pelo seu "riso puro, aberto e transparente", transcreva para si esta "jóia de alto preço":

    Minha mulher a tudo achava graça:
    como criança de alma ainda pura,
    em todo o sítio ou em qualquer altura,
    de tudo ria, menos da desgraça.

    Eram faladas suas gargalhadas
    que, atravessando portas e janelas,
    faziam ressonância nas estrelas
    e eram pelos anjos escutadas!

    Se em vez de ser católico romano
    eu presumisse de pagão profano,
    sabeis o que diria a esse respeito?

    Que o dom de rir assim, de peito feito
    e alma sã,
    sem ânimo de ofensa,
    era dos deuses... uma recompensa!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

    Pedras, não! Já desisti de construir a minha casa "à beira-mar / para o resto da vida lá passar". Já me resignei a um pequeno apartamento citadino. Que fazer das pedras entretanto arremessadas... pelo Damião (de Góis)?... Os meus respeitos, que lhe são devidos. JCN

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  4. Uma pérola sua, saudadesdofuturo, vale bem um chuveiro de pedras... maldosamente arremessadas... contra indiferentes e inatingíveis moinhos de vento, que não param de girar. Uma pérola... por mil pedradas! JCN

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  5. Não me esqueci, João.

    Ainda da conversa sobre os 'Santos', e deste soneto que aqui nos apresenta.

    Pedia-lhe encarecidademente que, se possível, desse continuidade a este prenúncio de possível poema Camoneano. Digo, nunca o experimentei nem à sua lei.

    Digo-o imperfeito, tal qual a distância que por vezes aproxima a alma de quem escreve. A noção da cor no resultado prático da luz, a visão das imagens que renascem da tela como imperfeitas obras de criação, tão verdadeiras e sublimes que até fariseus se afastam delas.

    Gostei deste seu poema João, abraço.

    Imperfetto

    Gasto em frente a uma parede despida
    Deteve-se Homem visto em passagem
    encantado pela forma da miragem
    Que a olhar se destacava fenecida.

    (...)

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