«Esta terra montanhosa cheia de prados e de
flores claras é um lugar alegre.
Na floresta as árvores dançam e os macacos
brincam,
pássaros dão voz a todos os tipos de belas
melodias e as abelhas esvoaçam e flutuam.
Magníficas cascatas de torrente de Verão
e Inverno,
neblinas de Outono e de Primavera rolam
em novelos,
O arco-íris cintila noite e dia.
Nesta solidão, Mila, o de vestes de algodão,
encontra a sua alegria.
Contemplo o vazio de todas as coisas e vejo
a luz clara,
Feliz quando toda a espécie de coisas aparecem
perante mim: quanto mais coisas aparecerem
mais feliz eu fico,
Dado que o meu corpo e mente estão livres
do mal.
Feliz estou enquanto as coisas redemoinham
à minha volta -
No seu ir e vir fico feliz, por estar livre
dos altos e baixos da paixão.
Feliz na transformação da dor em alegria,
feliz na força do meu corpo,
Feliz nas canções triunfantes que canto,
ao dançar a correr e a saltar,
Feliz ao transformar em palavras os sons
que murmuro
Feliz no meu poder espontâneo..."
Milarepa
"feliz no meu poder espontâneo"...como gosto disso!pk, de facto, somos fluidez cósmica quando nos permitimos discorrer na natureza sem dela nos querermos apoderar, tão somente, contemplar...e a solidão é liberdade, condição de toque e fusão do imanente com o transcendente.
ResponderEliminarnamastê, K.Dorje
Gosto de ouvir os violinos... na magia das palavras! JCN
ResponderEliminarser... simplesmente ser...
ResponderEliminarnamastê
"Ser", simplesmente "ser", parece-me ficar ainda "aquém" do estado de estar-sendo "sem-qualidades", de que aqui se escutam ecos, que não cabem nas meras palavras...
ResponderEliminarserá mais este sentido de "sendo, não-sendo", Damien?
ResponderEliminarnem ser, nem não ser, nem ser e não ser, nem ser nem não ser... como exprimir o inexprimível com palavras? talvez se consiga mais com actos do que com as palavras...
ResponderEliminarabraço ao damien:) o lapdrey irascível morreu?
tb já tinha percebido este damien.lapdrey ;)
ResponderEliminare sim, vivamos então o indizível mediante karuna... :) um desafio!
ResponderEliminar..hum?
ResponderEliminar(os costumeiros argumentos budistas circulares são um óptima "des-ajuda": foram-no, aliás, como não podia deixar de ser, no "caminho" de Milarepa ...)
Sítio lindíssimo. Sublime.
ResponderEliminarA solidão nem sempre canta. Muitas vezes grita muda.
ResponderEliminargrande verdade, Rasputine.
ResponderEliminarOlivromorreu, em breve estaremos num sítio mágico ;)