Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
orquídea
imagem:Martin Johnson Heade
Orquídea y colibrí cerca de una cascada de montaña, 1902
“Última flor do Lácio, orquídea rara
És, a um tempo, esplendor e formosura,
Canto nativo, fonte de cultura,
A mais alta expressão da nossa fala.
Amo-te assim, orquídea perfumada,
No jardim das rosas neolatinas,
Com pétalas e sépalas tão finas,
Coluna de saudades concentrada.
Amo o teu viço agreste e o teu aroma,
Labelo que transmite aos quatro ventos
A voz terna e materna do idioma:
A Moçambique, São Tomé e Príncipe,
Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde,
Timor-Leste, Brasil e Portugal.”
de Horácio Dídimo
Engenhoso... mas há melhor: eu que o diga! JCN
ResponderEliminar"FLOR DO LÁCIO"
ResponderEliminarDo Lácio flor afortunada e bela
que levaste a fragrância do latim
às terras do pau-santo e do marfim
no dorso de henriquina caravela;
flor cultivada nos jardins de Roma
que transplantada sem degenerares
foste adornar gentílicos altares
que perfumaste com o teu aroma;
latina flor com forte odor a mar
em cujos salsos versos de Camões
Inês de Castro as pedras fez chorar;
em ti se perpetua a linguagem
que navegando em frágeis galeões
deu à romana herança nova imagem!
JOÃO DE CASTRO NUNES
(Publicado no suplemento literário de "O Primeiro de Janeiro") JCN