Na tradição judaico-cristã, enquanto o foco primário é a Divindade e toda a orientação espiritual se orienta para o alcance da união transcendente, há menos ênfase na correcção da vida emocional interna ou em criar um equilíbrio dentro do «eu». A fé genuína em Deus, o criador, e a acção por um amor genuíno a Deus, conduz a um amor genuíno por outros seres humanos. Depois, coisas como matar, roubar ou violar são contra a crença de Deus. Esta é uma mensagem muito poderosa sobre o que é tornar-se um bom ser humano.
Mas a aspiração última de um budista praticante é alcançar o nirvana. A ênfase é dentro do próprio, por isso, então, estas emoções negativas e as acções resultantes tornaram-se importantes; agora temos de saber o que se está a passar dentro da mente. No Budismo, então, o objectivo é diferente. Na perspectiva cultura, estão a ver, o Budismo tem uma orientação fundamentalmente diferente em relação à emoção. Desse ponto de vista, mesmo graus subtis de apreensão da realidade do «eu» e do mundo tornam-se obstrutivos e negativos.
Por isso, talvez a diferença resida mesmo na orientação fundamental: em relação ao transcendente ou em relação ao desenvolvimento interior.
Jeanne Tsai in Daniel Goleman, As Emoções Destruivas e Como Dominá-las, Temas e Debates, Lisboa, 2005, p.309
Mas a aspiração última de um budista praticante é alcançar o nirvana. A ênfase é dentro do próprio, por isso, então, estas emoções negativas e as acções resultantes tornaram-se importantes; agora temos de saber o que se está a passar dentro da mente. No Budismo, então, o objectivo é diferente. Na perspectiva cultura, estão a ver, o Budismo tem uma orientação fundamentalmente diferente em relação à emoção. Desse ponto de vista, mesmo graus subtis de apreensão da realidade do «eu» e do mundo tornam-se obstrutivos e negativos.
Por isso, talvez a diferença resida mesmo na orientação fundamental: em relação ao transcendente ou em relação ao desenvolvimento interior.
Jeanne Tsai in Daniel Goleman, As Emoções Destruivas e Como Dominá-las, Temas e Debates, Lisboa, 2005, p.309
Inspirado pela citação de Nietsche, interrogo-me: será o ocidente a face oposta do oriente? Será o Ocidente a luz, o dia e o Oriente a noite a escuridão e a noite? Se para os ocidentais - os ocidentais de espírito - a terra, o corpo, as palavras, os pensamentos - o ego! - têm existência intrínseca e separada, para os orientais de espírito nada ex-iste intrinsecamente, tudo é interdependente e como tal, sem substãncia, vazio. Para os ocidentais, Deus é fora do homem, necessitado o último de se transcender para O alcançar; para os orientais, (a)deus somos todos nós, homens e animais, sendo importante o caminhar por uma via para descobrir o encoberto, a natureza primordial coberta por véus emocionais derivado do apego, da aversão e da ignorância. A via ocidental conduz para o exterior; a oriental para o interior. Mas serão diferentes exterior e interior? Não serão apenas formas diferentes de se designar o mesmo? Não serão somente direcções diferentes que se dirigem simplesmente para um mesmo lugar, direcções delineadas por mentalidades e culturas diferentes que procuram o mesmo? No ocidente fala-se de Deus, da essência eterna origem de toda a diversidade que nós somos; no oriente fala-se de nada - nada esse que é tudo, a vacuidade inerente a toda a forma - que nós somos... Será essência e nada que é tudo ideias antagónicas, incompatíveis, ou serão somente duas faces de uma mesma moeda? A essência - o dia; o nada - a noite? A essência - o helenismo; o nada - o budismo? A essência - Deus; o nada - (a)deus?
ResponderEliminarJulgo que os ocidentais ao longo da História procuraram sempre agarrar a Visão, colocá-La à luz do dia e determinar todos os seus contornos, inventando religiões, filosofias, a ciências, artes... Pegar na Visão e dissecá-La, separando-A em fragmentos que ao serem dissecados se transforma ainda em mais fragmentos. Os orientais, pelo contrário, não agarram na Visão, pois a Visão há (não é) e tudo o que há a fazer é deitar fora o "lixo" que obscurece a noite. Utilizo o termo "agarrar" mas poderia utilizar conceptualizar...
O que fazer então? Sair do ocidente para ir ao encontro do oriente? Deixar que anoiteça para contemplar o que há? Sofrer existindo ou não sofrer havendo? Que cada um de nós tome o rumo que quiser pois eu vou "salvar o mundo bebendo mazagrans e sorvendo capilés".
Caro Kunzang Dorje
ResponderEliminarEspero não tenha ficado chocado com o meu poema.
Deu pelo menos para esboçar um sorriso?
Ou humor está excluido das grandes filosofias orientais?
Mazagrans e capilés quase me surgiram
como o comer chocolates ....
come, criança,come chocolates, não há metafísica maior...
sei lá de quem, Caeiro?
É bom termos isso em conta
Caro Platero,
ResponderEliminaradorei o seu poema; eu é que peço desculpa pelo plágio... gostei tanto que não resisti...;)
abraço
Kunzang Dorje
ResponderEliminarPara mim não é um plágio. Trata-se de uma honra
abraço
Conceptualizar (con+capio) sugere precisamente a ideia de "agarrar"... E agarrados já nós estamos, com estes conceitos de "Oriente" e "Ocidente", que na verdade são abstracções que simplificam para uso dos compêndios e das mentes realidades muito heterogéneas e complexas. Claro que há tendências dominantes, mas o que se diz de um pode encontrar-se também no outro... Como o branco do Yin no negro do Yang e vive-versa.
ResponderEliminarOriente é onde nasce o que no Ocidente morre e no Oriente renasce e no Ocidente remorre...
ResponderEliminarPara os povos asiáticos, os chineses sobretudo, de que lado...sce o sol?!... JCN
ResponderEliminarCorrijo a gralha "sce" por "nasce". Má visão! JCN
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