Tinha uma missão a executar, uma extraordinária notícia a transmitir. Precisava urgentemente de fazer a conferência, de revolucionar o mundo. Porque o mundo aparecia-me sob a forma de uma absurda estupidez. Era necessário que todos os homens vivessem em estado de lucidez, se libertassem das pedras, chegassem ao milagre de ver. Era absolutamente necessário que a vida se iluminasse na evidência da morte. Viriam a chamar-me «mórbido», «doentio». Porquê? Mais real do que o nascer era o morrer. Porque quem nasce é ainda nada. Mas quem morre é o universo, é a pura realidade de ser. Um homem só é perfeito, só se realiza até aos seus limites, depois de a morte o não poder surpreender.
Sublime.
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