sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Mensagem que nos chegou...

"De repente, entra a Lei da Entropia em funcionamento e a Nova Águia passa a ser o veículo de expressão de adeptos de Dark Folk, Symphonic Metal, fantasias com vampiros e vários graus de satanismo em conjunto com refugiados do esoterismo gnóstico versão light («aprenda os segredos dos Rosa-Cruz em 10 lições por correspondência», para pessoas ocupadas mas com alma sensível que desejam ardentemente o triunfo da Luz) e com um grupo de nacionalistas conservadores do eixo Causa Monárquica + catolicismo retrógrado?

Parece-me um tipo de paradoxo com que o Agostinho da Silva nem sonharia, ainda que talvez o divertisse...

Quem está a tomar conta do MIL? E o que vai ser exactamente o PIL? Não se está, suponho, perante uma situação grave, como uma infiltração de Extrema Direita (género affair PRD?) com os nossos neo-pagãos e satânicos de serviço a fazer a ponte para a Nouvelle Droite e/ou os Hammerskins?

Faz-me "confusão" a presença do prof. Adriano Moreira (e outros homens de calibre semelhante) na Nova Águia: imagino o sofrimento de qualquer pessoa inteligente, culta e de bom senso a gramar com vídeos dos Dead Or Alive ou a assistir a discussões acesas em que a palavra "cocó" tem lugar de relevo..."

- J. M.

2 comentários:

  1. O "cocó" costuma manifestar-se onde normalmente seja segregado!

    Infelizmente, um projecto como a Nova Águia, de visão muito alta, profunda e ampla, está hoje, tal como o MIL e umas outras trapalhadas, reduzido a joguete dos pequeníssimos interesses "do costume", dos que apenas estão nas coisas para as usarem e se usarem delas.
    Consumismo (luso-maníaco) em estado puro!

    Por isso, é que eu continuo placidamente a "insistir" em que "lusofonia" deveria suscitar-se como expressão multivária duma "lusofania".
    Sem esta libérrima manifestação (incontrolável por ninguém), não me parece que possa surgir alguma coisa que não seja o que já surgiu: "isto" que se mencionou no texto, e "aquilo" que o texto não mencionou...

    O facto de Paulo Borges (de que, escusado será dizer, não sou procurador) aqui postar este texto, para lá das posições e decisões que recentemente fez públicas, só mostra o que não carece jamais de ser mostrado: a inteireza e a nobreza não coexistem (por inevitável asfixia do insuportável) com a sua degradação - onde quer que ela se manifeste. Ao lado de quem ela se manifeste!

    Relembro aqui duas epígrafes de Agostinho da Silva (que bem pode dar gargalhadas dos meninos que dele se reclamam, sem espírito e sem obra) - uma, a abrir o capítulo quarto, outra a abrir o mesmo livro, porventura o seu maior de espírito e lucidez, "Reflexão", citando-as aqui pela ordem inversa por que as mencionei:

    "Pendões bárbaros
    Varrem o Oceano, que pasmado busca
    Em vão nas popas descobrir as Quinas"
    (Almeida Garrett)

    "O inteiro mar, ou a orla vã desfeita
    O todo, ou o seu nada"
    (Fernando Pessoa)

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  2. Paulo, não deviam ter aberto tanto a Nova Águia, embora compreenda que fosse um sonho. De resto fui lá umas duas ou três vezes, dado que como é notório a minha cultura passa mais pela música do que pela literatura. Abraço.

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