segunda-feira, 7 de setembro de 2009

À flor da pele, a pele em flor

A flor da pele é o respir da alma debruçada no parapeito omnipresente dos poros escancarados para as lembranças sufocadas no porvir.

À janela está o sentir a haver, escorrendo-se em saudade pelos cabelos dourados das ondas inexistentes que, indo-se no nunca virem, trazem à praia, que tristes tragam, os olhares esquecidos dos areais do fado brasio de todos os quibires: sertão labirintado das áfricas de suassuna cumprindo-se imperador em pedra do reino no brasil de agostinho menino.

O império de ouro é a quinta núpcia de phílon e de sophia, em desnudo conúbio, infindos em sua viagem estática pelo oceano opalino da vidraça velhinha de pascoaes - esse irmão verdadeiro de caeiro, pseudo-verdadeiro pessoa de ninguém.

Aí, então, o azul dos pés reflectirá o céu da nova terra, amamentando o olhar branco da rainha do pão de rosas ... em flor na flor-de-lys: pele em flor de nós.

Donis de Frol Guilhade



Estas palavras têm em Saudades o jardim de sua raiz futura, têm o azul dos pés de oiro filosófico em Isabel Santiago, têm a maresia do silêncio nas Dunas de Luiza, têm nos demais o que têm, e têm por toda a parte a vastidão do abraço lusofânico em Paulo Borges, que nos irmana com as brisas de uma outra margem na grande perfeição do além e aquém vacuidade de "Todo o mundo-Ninguém".

A estes, e a todos os demais serpentinos, para quem, no nenhures do algures de si mesmos, o império em si queiram quinto-emplumar, e assim seja este o lugar - "a capella" imperfeita - de todo o dizer e contradizer mais afeiçoado, em todo o mais extreme conciliar e reconciliar.

Como se nada fosse, porque tudo vale a pena ...!

4 comentários:

  1. No dizer do poeta “ não há morte”. Não a há para o eternamente nascido. Não a há para a alma que de vasta e não pequena se alarga para alcançar o aqui e o além dela.
    Uma”capella imperfeita” é uma reconciliação, pois vai em nós lavrar uma ideia que por não se ter fechado em si, em ogivas e arcos, em estradas e paisagens musicais, estelares notas de um canto alto; um canto de emplumar, se ergue sobre a nossa contemporaneidade, atravesando-o de uma luz nova: uma ponte, uma montanha; um livro aceso contra o céu; uma afeiçoada voz de emplumado e alado destino de pássaro na garganta do abismo. “Como se nada fosse”, porque a alma é grande e o rio corre do futuro para este lugar re.nascente, fonte quiçá de uma nova Aurora... “porque tudo vale a pena...!” E o Caminho da Serpente é o desafio, a tudo ultrapassar e atravessar, para ir, sem caminho, "além dele, Além de Deus.

    Conciliando-se e reconciliando-se para ir onde não há caminho, estando nele.

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  2. Sinto à flor da pele... o som dos violinos! JCN

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