De ao pé dos loureiros tudo está em repousada quietude, só os caniços entoam pela brisa uma canção. O sol é de setembro, na vinha é brasa e bronze, é uma espiga amadurecida que se volta para a terra, que se quer colhida e guardada para em celeiro voltar a semente.
As figueiras - e na horta os tomateiros, pepineiros, pimenteiros - as figueiras, as videiras, as figueiras e videiras, o cheiro é de colheita e recolhimento, o cheiro é de abundância no clamor por nudez e por doce embriaguez. Os castanheiros, as nogueiras, os pessegueiros, as macieiras, as oliveiras aguardam a sua vez de dar voz no fruto em calores mais frescos que se seguirão.
As abóboras penduradas nos socalcos são brincos garridos, poderão soltar-se e rebolar pelos campos fora. A criança conta cinco, depois dez, cinquenta, cem, leves, soltas, rebolando, a criança rindo e cantando.
Tudo está em pausa no sol do equinócio. Só o caniçal dança. E a criança.
As figueiras - e na horta os tomateiros, pepineiros, pimenteiros - as figueiras, as videiras, as figueiras e videiras, o cheiro é de colheita e recolhimento, o cheiro é de abundância no clamor por nudez e por doce embriaguez. Os castanheiros, as nogueiras, os pessegueiros, as macieiras, as oliveiras aguardam a sua vez de dar voz no fruto em calores mais frescos que se seguirão.
As abóboras penduradas nos socalcos são brincos garridos, poderão soltar-se e rebolar pelos campos fora. A criança conta cinco, depois dez, cinquenta, cem, leves, soltas, rebolando, a criança rindo e cantando.
Tudo está em pausa no sol do equinócio. Só o caniçal dança. E a criança.
Luiza,
ResponderEliminar"Só o caniçal dança. E a criança."
Eu gostei de estar ao pé dos loureiros a rebolar, como uma criança, sabendo que a terra guarda as sementes, que os frutos da época fazem o gosto deste setembro... e Luiza, volta, na minha memória, a visitar os lugares, os mesmos lugares onde a luz muda e se renova em cada estação.
Rindo e cantando gostava eu sempre de estar, como agora estou. Aqui, ao pé das árvores dos frutos que se comem secos: as nozes, as castanhas... o aconchego da terra, a infância...
Tudo está em pausa no sol do equinócio! Também me parece, Luiza!
Um beijo, gostei de visitar este texto, de o cheirar e de o ouvir... nas mãos sinto a rugosa e leve casca da noz... sinto saudades... da infância, de ser pequenina e dançar no caniçal...
O cuco não está, Saudades, mas eu ouço-o cantar.
ResponderEliminarUm abraço, e boa noite...
bela prosa,Luiza
ResponderEliminarbela amostra de Horta, com abóboras soberbas brincando na falésia.
feliz do hortelão que vê assim d-escritos os frutos que produz
O regresso ao Paraíso, querida Luiza! Que saudades!...
ResponderEliminarLuiza, em dunas de palavra iluminada, em plena lavoura de si.
ResponderEliminarGratíssimo.
(Lapdrey, lá de onde está, manda saudades!)
Um mergulho na eterna infância da terra... A matriz de que somos feitos e da qual nunca nos separamos se nos mantivermso crianças.
ResponderEliminar:)