«Não será coisa mais fatigante do que agradável ouvir latir a ladrar os cães? Será mais agradável ver um cão correr atrás de uma lebre do que vê-lo correr atrás de outro cão? Se é a corrida que dá prazer, ela existe em ambos os casos. Não será antes a esperança de ver o morticínio e a carnificina que tornam a caça apaixonante? Como não preferir abrir a alma à piedade, como não ter horror dessa carnificina em que o cão forte, cruel e ousado, dilacera a lebre fraca, tímida e fugitiva?
Tomás Morus, A Utopia, tradução de José Marinho, Guimarães editores, Lisboa, 2009, p.112
Não existe, creio, tal ser na humanidade, assim tal como se "lebre e fraca, tímida e fugitiva", nem tal como "o cão forte, cruel e ousado", apesar de haver na humanidade quem se dê a espectáculos de "prazeres de morte" seja do que for...
ResponderEliminarAinda temos o pensamento moldado em termos de "caça" e até do chamado "mal menor" mais do que supomos!...
Correr ou outro exercício saudável para a mente ou para o espírito tem como fronteira o estrito e rigoroso dever e dádiva da compaixão por todos: "Respeitando os animais, respeitamo-nos mais!"
P.S. Acho que saiu um slogan, mas não está bem conseguido, apesar de verdadeiro!:)
Um abraço, Kunzang Dorje.