Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
XVII Quanto mais claro Vejo em mim, mais escuro é o que vejo. Quanto mais compreendo Menos me sinto compreendido. Ó horror […]paradoxal deste pensar...
Fernando Pessoa in Poemas Dramáticos Edições Ática,
Nem achado ou perdido é afinal o que vejo que seja o que não é Se o paradoxo em ti, a luz cega, e mal a compreendes, afinal, o que era já não é.
Assim se perde a razão e a fé Pois só pode pensar quem o mundo não vê. Se o escuro tem o claro entendimento De não ser nem claro nem escuro o pensamento.
Obscura razão que nos tolda o sentido Em labirintícas razões e mágoas tantas Que ao pobre fica a ilusão do rico
Tenho para mim, João de Castro Nunes Que a razão de Pessoa é ser Ninguém Ao invés do que pensm ser certas pessoas.
NEM PERDIDO NEM ACHADO
ResponderEliminarComo havias, Poeta desconexo,
de pelos outros seres entendido,
se, por interior falta de nexo,
nem de ti mesmo foste compreendido?!...
Do claro não fizeste mais que escuro,
sobre ele construindo o teu futuro.
Sem nunca te encontrares dentro ou fora,
a vida inteira andaste sempre à nora!
Para aclarar a tua obscura mente,
de quando em vez... valia-te a aguardente,
ó Poeta de génio... intransparente!
JOÃO DE CASTRO NUNES
(Para quem anda à briga com os sonetos)
ResponderEliminarNem achado ou perdido é afinal
o que vejo que seja o que não é
Se o paradoxo em ti, a luz cega, e mal
a compreendes, afinal, o que era já não é.
Assim se perde a razão e a fé
Pois só pode pensar quem o mundo não vê.
Se o escuro tem o claro entendimento
De não ser nem claro nem escuro o pensamento.
Obscura razão que nos tolda o sentido
Em labirintícas razões e mágoas tantas
Que ao pobre fica a ilusão do rico
Tenho para mim, João de Castro Nunes
Que a razão de Pessoa é ser Ninguém
Ao invés do que pensm ser certas pessoas.
("O Obscuro" desenterrado)
proposta para o último verso:
ResponderEliminar"ao invés de pensar que são 'Alguém'"
Para rimar...
Com um pouco mais de afinação... vai lá! Parece que vou deixar de ser... o maior. Congratulations! JCN
ResponderEliminar:)
ResponderEliminargosto disto.
Quando um poema - este de um génio -
inspira, por entre rasgos de versos, outros escritos.