segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Reflexões sobre os princípios e a necessidade de um Partido Pelos Animais - I

Urge transformar a mentalidade e a sociedade portuguesa e contribuir para a transformação do mundo de acordo com os fundamentais valores éticos e ambientais, tornados ainda mais imperativos no século XXI, quando o desenvolvimento tecnológico da humanidade permite um impacto sem precedentes na biosfera planetária que compromete a qualidade de vida das gerações futuras e a sobrevivência das várias espécies, incluindo a humana, conforme é cientificamente reconhecido.

Pela sua maior capacidade de intervenção sobre a natureza, o meio ambiente e os seres sencientes, bem como pela sua possibilidade de livre arbítrio, memória, previsão e opção ética, o homem é o responsável pela harmonia ecológica e pelo bem-estar dos seres vivos. Assumindo que todos os seres sencientes, humanos e não-humanos, são interdependentes no seio de um mesmo ecossistema e têm um principal interesse comum, o de satisfazerem as suas necessidades vitais, não sofrerem e experimentarem sensações e sentimentos de prazer, segurança, bem-estar e felicidade, há que criar as condições jurídicas e políticas, na sociedade humana, para que esse direito lhes seja reconhecido e isso aconteça o mais possível.

Há que fazer surgir na medíocre e descredibilizada política nacional um novo paradigma mental, ético, cultural e civilizacional, emergente em todo o mundo. O PPA reger-se-á pelo princípio da não-violência, mental, verbal e física, e lutará firmemente pelos seus princípios contra ideias e práticas e nunca contra pessoas. O PPA assume-se como um partido inteiro, que visa promover o bem de todos os seres sencientes, humanos e não-humanos, e não apenas o de uma sua escassa minoria.

13 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  5. Grande e fundamental mudança de paradigma. Uma lufada de ar fresco!

    ResponderEliminar
  6. que estes propósitos se concretizem... abaixo a crueldade.

    ResponderEliminar
  7. Crueldade, a troco de quê?24 de agosto de 2009 às 14:32

    “Ele era um oficial e ainda por cima um oficial investido espiritualmente. Era o próprio rabino que examinava a sua apetência piedosa e que lhe transmitia plenos poderes para o abate dos animais permitidos, o que ele fazia segundo a lei de Moisés e os princípios do Talmude. Elia Naphta, cujos olhos azuis transbordavam de secreta espiritualidade, irradiando o próprio fulgor das estrelas, como o filho recordava, deixava transparecer algo de sacerdotal, de solene, na sua maneira de ser, o que fazia lembrar que, em tempos imemoriais, o sacrifício dos animais estivera, na realidade, a cargo dos sacerdotes. Leo, ou Leib, como lhe chamavam em pequeno, podia, de quando em vez, assistir ao ofício ritual de seu pai. Auxiliado por um criado possante, um rapaz novo de tipo judeu e porte atlético que, colocado ao lado de seu pai, homem franzino, de barbicha loura e arredondada , o fazia parecer ainda mais frágil e delicado, Elia brandia a enorme faca de schohet em direcção ao animal amarrado e amordaçado no pátio, contudo não atordoado, aplicando-lhe um golpe profundo na região da vértebra cervical, enquanto o criado aparava o sangue que brotava, fumegante, e que rapidamente enchia várias tigelas. Leo seguia o espectáculo com aqueles olhos de criança aptos a passarem das aparências à essência, uma faculdade de que o filho de Elia, o judeu dos olhos fulgurantes como estrelas, parecia dotado por excelência. Ele sabia que os carniceiros cristãos eram obrigados a atordoar os animais com um golpe de moca ou de machado antes do abate e que procediam desse modo para atenuar a tortura e a crueldade para com os animais. O seu pai, porém, embora fosse muitos mais delicado e sensato do que esses homens rudes, sendo dotado, para além do mais, de olhos que lembravam estrelas, o que o tornava único, agia conforme as leis judaicas, aplicando o golpe enquanto o animal estava consciente e deixando-o esvair-se em sangue até que caísse sem forças. O jovem Leib pressentia que o método utilizado pelos grosseiros goy resultava de uma bondade irreflectida e profana, que fazia menos jus ao sagrado do que a impiedade solene do ritual de seu pai. Deste modo se formou no espírito do menino a aliança entre devoção e crueldade, tal como na sua fantasia a ideia de sagrado e espiritual começou a andar ligada à visão a ao cheiro do sangue a jorrar. Pois que tinha perfeita consciência de que o pai não escolhera aquele ofício sangrento por cultivar certo gosto brutal que via agitar os rapazes cristãos de físico robusto ou até o seu próprio criado judeu, mas por inclinação espiritual, muito embora fosse de constituição franzina, em perfeita harmonia com os seus olhos estelares." T.Mann

    ResponderEliminar
  8. Um belo texto literário para expressar uma prática absurda, sobretudo em termos espirituais... Espero que não tenha sido publicado para a justificar. Estes ritos prendem-se com a ideia arcaica de que o sangue serve de veículo ao espírito, mas o espírito não carece de veículos grosseiros... Cristo e Buda ensinaram isso.

    ResponderEliminar
  9. Crueldade, a troco de quê?24 de agosto de 2009 às 14:41

    Não foi publicado para a justificar, mas para a condenar e também para reflectirmos nas grandes BESTAS que somos!

    ResponderEliminar
  10. Embora continue urgente, a mentalidade e sociedade Portuguesa já tem vindo a ser transformada, para a tendência global da sustentabilidade que refere.
    É um palco que conta felizmente já com muitos actores e sempre pronto a nele subirem mais.
    Mas é um assunto que apela sobretudo à participação do cidadão, retirando capacidade ao poder político.

    No entanto querer mudar a própria tendência política, é muito mais do que ambicioso.

    É humano, actual e necessário.
    E porque muito mais importante do que qualquer partido, são os que o fazem: Haja quem reaga e faça.

    Que tenha boa caminhada! Terá concerteza toda a ajuda necessária.

    ResponderEliminar
  11. INTOLERÁVEL!

    Tirar a vida a qualquer ser vivente
    sem justificação, por mero gozo,
    seja formiga, antílope ou serpente,
    é contra Deus um acto criminoso!

    Se matar-se a si mesmo é suicídio
    e o proximo se chama assassinato,
    matar só por matar é um biocídio,
    é contra a natureza um desacato!

    Já basta que se abata um animal
    quando há necessidade impreterível
    por ser nosso alimento habitual.

    Mas pior que matar ou mais terrível
    é provocar a dor a qualquer ser
    sem motivo nenhum para o fazer!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

    ResponderEliminar