segunda-feira, 24 de agosto de 2009

puro ocaso


Vagas de luz recobertas de saciedade crestada

No fundo do mar a madrugada recobre-se de coral e melancolia

Não há calmaria sem tempestade adiada

Venha a noite e com ela o mosto de estar vivo sem mais

Incerta é a hora da maturação das esperas

Posto o Sol a claridade é uma vibração desamparada

Da escuridão de haver quem lhe sinta os alvores terminais

3 comentários:

  1. conheço este lugar,
    conheço esta luz,
    conheço as ondas e a vibração.

    E não consigo, por muito que possa tentar, não deixar uma palavra que seja, sempre que a imagem me fala desse lugar, Paulo...

    Beijos*

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  2. Aqui o senhor do café é que vai ficar contente com a despesa... bom... :) saboreio também essas "vagas de luz de luz recobertas de saciedade" e envio-te um abraço à luz dos teus claros pensamentos.

    Não existem espelhos, nem reflexos, nem talhes que se possam imiscuir da invisibilidade nas palavras queridas transparentes; o que de vazio etéreo subsiste perfeito é, entre formas do ausente consagrado, rente ao que de amplo retine a infinito, o silêncio, entre as pausas de um não-poema que as igualem... esse mar em que serpenteia a náusea que me antecede a um fim de espuma seca sobre a areia.

    Abraço-vos!
    Tudo de bom.

    Boas viagens se for o caso.

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