Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
no metro
regresso a casa após outra jornada de trabalho. no metro a contemplar a paisagem urbana: pessoas na máquina, mas sobretudo reflexos de pessoas em vidros que dão para túneis cinzentos, sujos, apodrecidos; lá fora os cabos eléctricos carcomidos serpenteiam velozmente ao longo das paredes esburacadas. sinto que acedo indirectamente ao mundo; tudo se revela uma tentacular e peganhenta rede de ligações onde sem onde nada nunca se torna palpável. percepciono-a como real em falta ou demasia mas o simplesmente real aparece-me como um nunca da minha imaginação. pervade-me permanentemente esta alegre ou dolorosa obscuridade que se impõe como um manto de invisibilidade entre mim, que não devia existir, e o sempre que nunca foi.
o capital alienou o homem da produção. se considerarmos que o desejo se manifesta como produção é complicada a nossa vida. alienados da produção desejante tornamo-nos autómatos e sentimo-lo. depois oferecem-nos a psicanálise com os seus mitos para hipoteticamente nos salvar.
ResponderEliminara máquina consome-nos. mas não pode parar de funcionar. talvez por isso nos consuma tanto. poucas coisas nos podem salvar disso.
ResponderEliminarde qualquer das formas no texto tentava dar mais o aspecto estético da máquina, bem como os aspectos psicológico e cósmico da personagem - incapaz de sentir o presente porque as suas emoções e o próprio presente se lhe apresentam tão fortemente que criam uma névoa entre ele e a realidade.
ResponderEliminara questão é que não existes como sujeito e o que podes conhecer é inerente ao ser, a tudo, a luz que pensas ter/sentir está nas coisas virtualmente, nem nelas como objecto , nem em ti como sujeito, tudo é virtualidade, potência, o corpo sem orgãos deleuziano.
ResponderEliminaraspecto estético da máquina ok. a estética é ontologia porque é o que existe.
como sujeito fazes parte do ser e por isso podes conhecer-te tanto quanto podes conhecer as outras coisas. uma potência muito real! penso que no sentido em que falas de ontologia, onde há referência há ontologia e toda a referência é estética. isso não é bem assim porque nem tudo som ou imagem ou da sensibilidade. e a estética refere-se exclusivamente ao que dos sentidos.
ResponderEliminaresqueci-me aí de dois 2 "é" mas percebe-se acho.
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