"De olhar límpido se faz a alvorada.
E do costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar..."
Alberto Caeiro, em O Guardador de Rebanhos
Mais pleno do que não pensar é não pensar pensando...
ResponderEliminar«Porque quem ama nunca sabe o que ama
ResponderEliminarNem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar..."»
Será este o amor incondicional, não dualístico e imparcial, emanado pelo coração dos Bodhisattvas? Recordo-me de um poema célebre de Shantideva:
«Enquanto o espaço permanecer,
Enquanto os seres aí permanercerem,
Possa também eu permanecer
E dissipar a dor do mundo.»
Creio que a motivação subjacente a esta quadra é o amor incondicional sentido por Caeiro e por todos os Bodhisattvas deste mundo.
Grato pela recordação:)
Francamente não creio que haja em Caeiro qualquer lugar para um amor e compaixão incondicional semelhante aos dos Bodhisattvas. Como ele diz, haver gente que sofre enriquece esteticamente o mundo... O amor e a compaixão são aliás a grande incapacidade de Pessoa.
ResponderEliminarDesconhecia.
ResponderEliminarde pessoa ou do mundo?
ResponderEliminarDe Pessoa, das pessoas e do mundo, entendido como o estado mundano de consciência.
ResponderEliminaré verdade, mas a impossibilidade mundana transmuta-nos para uma possibilidade mental que poucos resultados dá perante a nossa condição de vida real (social). não será a busca pessoal da compaixão um trabalho para além da condição humana? não devemos tentar melhorar (falo mundamente) com os pés bem enterrados na lama da pobreza e da injustiça?
ResponderEliminarNão percebo. Lutar contra a pobreza e a injustiça não é uma das manifestações da compaixão?
ResponderEliminar"O amor (...) é a grande incapacidade de Pessoa"
ResponderEliminarProf. Paulo Borges
Pessoa, quem és tu para dizer
em que consiste o verdadeiro amor,
se tu nunca o pudeste conhecer
em todo o seu frenético vigor?!...
Nunca jamais provaste o seu sabor,
o que eram as crianças a valer,
o que era uma família ao teu dispor
para um destino dar ao teu viver.
Como Camões, Bocage ou Bernardim,
foste incapaz, em toda a tua vida,
de jogar tudo numa só partida.
Passaste a existência à secretária
sem nenhuma paixão, mesmo ordinária,
em solitário banco de jardim!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Finalmente um bloge que defende a liberdade de expressão!!!! Heil Hitler
ResponderEliminarNa II guerra só morreram uns poucos milhares de judeus, não houve tempo pra mais, mas agora os nossos camaradas iraneanos irão terminar o trabalhinho
Portugal só renascera quando matar a pretalhada toda que por aí anda
Por isso dizemos bem-alto
MORTE AOS PRETOS
MORTE A TODOS OS EMIGRAS
MORTE AOS GAYS
MORTE AOS CIGANOS
MORTE AOS MONHES
MORTE AOS SEMABRIGO QUE NOS SUJAM AS RUAS
E O OBAMA É UM MACACOIDE !!!!! NASCEU EM AFRICA
Aqui até acho que o comentário fingido encerrou bem a conversa. Aqui tudo é fingimento, fanatismo e mentira.
ResponderEliminarSe o amor é inocência,
ResponderEliminarvai dizer essa a Camões,
que pela tua insolência
te prega dois bofetões!
JCN
Morrerás pela tua boca.
ResponderEliminarE pela inveja a quem vence.
És um mediocre intolerante.
Nem a ti desejo a morte.
será que existem lutadores contra a pobreza e a injustiça? penso que não..., quem pode lutar verdadeiramente são os pobres e os que são alvos de injustiças, e a esses esta sociedade não os ouve nem os reconhece.
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