De cada vez que um de nós morre
há uma faca apontada às jugulares:
o silêncio como mantimento.
A morte equilibra-se em nossos corações
com o deslumbramento.
Há-de haver um corpo que transite de alma em alma
e em cujos olhos se alumie a força brutal da mesma vida.
Há-de haver uma voz desvairada que se derrame como napalm
sobre a noite que nos envolve.
Por agora não sei como tocar a distância de onde nos falam.
de O vento soprado como sangue, Cosmorama, 2009.
Música. Ridiculamente tonal. Há que tomar precauções apocalípticas e dar solução ao piano. Nada de sétimas diminutas que, de tão românticas, esbofeteiam qualquer nazi que se preze. Não. A retórica da solução final é trocar o piano pela bateria e fazê-la explodir na jugular do ouvido. Dá-lhe gás que não quero ouvir mais nada. Quando o som não consegue legitimidade torna-se patológico. É uma forma de silêncio como outra qualquer. Colcheias a torto e a direito, com toda a força, que a pauta é de cinco em linha e estou farta de melodias lamacentas de Dalai felicidade, dependuradas em claves de sol. Ah Ah Ah!
ResponderEliminarTá bem abelhas – diz a vítima, de auscultadores em cada tímpano a curtir o belo do Requiem de Mozart. Morri por hoje.
Escreves bem mas és estúpido.
ResponderEliminarFalo do comentador, claro.
ResponderEliminarEu sou UMA GAJA! Respeito!
ResponderEliminarJoão,
ResponderEliminarrecebe o meu melhor abraço. Já sabes o que penso. Já sabes o que sinto. Continua, a escrever...a escrever...a ser escritor!
Lindíssimo. Inquietante também.
ResponderEliminarSem nada com nada quanto dá?
ResponderEliminarE tu, Isabel, quando é que nos presenteias com um dos teus belos textos?
ResponderEliminaranónimo, escreves sempre com os cotovelos?
ResponderEliminarmas com cotovelos ou com os dedos a diferença está restrita aos membros superiores...
ResponderEliminarQuanto chegar à cabeça não depende de quem escreve, mas de quem lê...
E presente está mais ausente do que a casca da castanha quando abre o ouriço.
Respostas sábias do mestre às três frases atrás situadas
ResponderEliminar1ª Frase: “O que há a fazer, é não fazer nada, fazendo tudo.”
2ª Frase: “Se já lá estivesses, nunca lá chegarias. Se já lá não estiveres, nunca lá chegarás.”
3ª Frase: “Aparece desaparecendo.”
PB