segunda-feira, 20 de julho de 2009

A realidade é inútil

26 comentários:

  1. Ela é necessária para que nos libertemos e para a sua própria implosão.

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  2. Era o que faltava, a realidade também ser instrumentalizada por/para algo ou alguém!... Que terá ela a ver com as nossas exigências de sentido e fins?

    Mais radicalmente: que terá ela a ver com a nossa ideia de a haver, de haver "realidade"?

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  3. Mas como não colocar a questão do sentido?

    Ok, grata.Vou pensar.

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  4. Se a realidade é inútil, não escrevas, não promovas cursos inúteis sobre a inútil realidade, desiste da profissão, não te relaciones, não saias de casa, não entres, não tenhas casa, não tenhas nada, diz adeus à família, supera a tua inexistência deixando de existir na realidade que não há.
    Para quê insistir em vigiar a vida?

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  5. A realidade é um fingimento. Humano.

    E é cómico ver os argumentos práticos... O que tem a ver a realidade ser inútil com o viver-se, e bem, a vida quotidiana!?...

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  6. Significa que não vives de acordo com os valores que dizes ser.

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  7. O que tem a realidade a ver com a vida? Estes comentários só mostram falta de inteligência.

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  8. A realidade, é fruto do que pensamos e agimos? Então tornemos o pensamento útil.

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  9. A realidade é o que é, antes de haver o quer que seja.

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  10. "Pedrão Calado
    ladrão profissional
    assaltante
    à mão armada
    bastante eficiente
    nas artes
    do roubo em geral

    Pedrão Calado
    ladrão
    da sua profissão
    não era robin hood
    nem anjo protector
    dos pobres
    não era um amador
    tudo o que queria
    era conseguir uns cobres
    para viver decentemente
    na sua profissão
    de ladrão
    correcto e competente

    Pedrão Calado
    ladrão profissional
    cuja verdadeira
    profissão
    afinal
    se lhe recortava
    rigorosa no olhar

    a solidão."

    mário-henrique leiria
    Novos Contos do Gin

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  11. Sempre fui pensar … um bocadinho, que a minha vida não é isto! Vou correr o risco de ser triturada filosoficamente. Aqui vai:

    I
    O que é real? Como se justifica o que se nos aparece?

    1. O mundo é ilusão, não existe, é irreal.
    a) Surge (ou evolui) de um princípio eterno, esse verdadeiramente real.
    b) Surge (ou evolui) de um princípio, ou causa que, a rigor, verdadeiramente não existe.

    Mas, não há produção do que absolutamente não existe.

    2. O Mundo existe, é real.
    a) Surge (ou evolui) de um Princípio eterno, real.
    b) Surge (ou evolui) duma Causa Não existente.

    Mas, na relação causa e efeito, o efeito deve possuir a mesma natureza da causa.

    3) O Mundo não é absolutamente real, nem absolutamente irreal.
    a) O Mundo tem realidade fenoménica mas não objectiva.

    II

    Como não colocar a questão sobre o sentido?

    Não querendo instrumentalizar a realidade ou cair na tentação do antropocentrismo:
    1. O que é Iluminar-se? Diz a tradição que termina o iato sujeito/objecto, realidade/ conhecedor. As fronteiras do que consideramos Mundo, dissolvem-se numa consciência cósmica (tenho de usar palavras!!). Ora, porque não considerar a hipótese de que o Mundo é um palco onde fazemos as experiências necessárias para essa Iluminação? Nesse instante, cai o pano da ilusão. Assim sendo, isso que nos aparece tem a sua utilidade.

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  12. Tanta conversa para uma única questão... Iluminação. Não acredito em experiências provocadas. Não reflectem verdades, pelo menos, as nossas. Esse é um caminho de luz artificial. Experiências laboratoriais artificializam comportamentos e consequentemente a realidade ainda se torna mais inútil do que já é.

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  13. deficiente mental profundo20 de julho de 2009 às 21:56

    Um verdadeiro exemplo de realidade inútil (inventadamente real):

    "Quem sou eu? Não me sinto. Não me comunico. Há apenas dor e prazer mas nem isso sei transmitir porque não consegui aprender a linguagem que os explicam. Não há nada nesta carne que não seja carne. Não consegui ir para além do físico por uma disfunção física. Abortei de mim e fiquei preso a este corpo que persiste em durar." - pensamento impossível de um ser possível

    E se a "alma" for unicamente o resultado do corpo? Quando o corpo avaria, o que acontece?

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  14. somente o ideal é real, o trascendental é real, a vertigem e o casamento do belo com o sublime: isto é real. a luxúria é real mas o coito real não é real. o que é real é tudo que não temos: o irreal...o homen somente é homem quando realiza o irreal - a realidade é inutil...Raul Leal é real...

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  15. Alguma coisa ser útil significa que o é no plano da relação, para alguém. Não em si.

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  16. Vocês não sabem nada. É uma miséria. Basta uma perguntinha simples para caírem da cadeira abaixo. Ou é mistério ou é Raul Leal. No melhor dos casos, é idiota. Considerações vãs de subalternos ignorantes. Pedregulhos, sejam lá que formas tenham.

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  17. Cara Aurora, apreciei muito a sua reflexão. Todavia falo da realidade, não do mundo. A realidade é i-munda, irrelativa a qualquer determinação fenoménica, irrelativa à mente. Embora a ideia de haver realidade já seja um fenómeno mental.

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  18. Ena, ena, adjectivos!

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  19. Irreal e real são duas faces da mesma ilusão

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  20. Sem contudo nessa duas faces incluir a fonte de onde tudo provém

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  21. o mundo é imanência. segue espinosa. acrescenta-lhe alegria.

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  22. e a alegria deve provir da fonte...
    Imanência sem fonfe de onde imana não é possível

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