domingo, 26 de julho de 2009

ardente desmesura


ardente de sóis de sempre de inquietação ardente
o meu ser ardente traça-se no espaço corola ardente
semente de girassol ardente jogada ao acaso
pela força ardente de não ter que ser
alada sede vespertina
consumada agonia do horizonte
circum-navegação do oceano de ser mais
vela de espanto largada ao vento
perdição consumada a cada instante
ardente paixão de ser errante
todos os versos são derradeiros
todos os poemas são verdadeiros
sem razão sem impostura
na implosão da continuação
a versificação do sem nome
e

3 comentários:

  1. "vela de espanto largada ao vento
    perdição consumada a cada instante"

    muito bom. respira-se.

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  2. BOMBEIROS! INCENDIÁRIO À VISTA!

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  3. Bela Paulo,
    não só a palavra mas também a fotografia, de uma ardência em cor onde os tons de terra e fogo se sublimam ondulados sobre os espelhos.

    Ardente desassossego de poeta, que reduz palavras a sementes, lançadas em oceanos onde, infinitésimais, florescem como velas guiadas em cada instante pelo vento errante que ilumina a caminhada.

    Um abraço soalheiro, amigo.
    Até breve.

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