Morra o bispo e morra o papa.
maila sua clerezia.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram frades, morram freiras.
maila sua virgaria.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morra o rei e morra o conde.
maila toda fidalgula.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram meirinho e carrasco.
maila má judicaria.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morra quem compra e quem vende,
maila toda a usuraria.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram pais e morram filhos.
maila toda filharia.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morram marido e mulher.
maila casamentaria.
Ai rosas de leite e sangue,
que só a terra bebia!
Morra amigo, morra amante.
mailo amor que se perdia.
Ai rosas de sangue e leite,
que só a terra bebia!
Morra tudo, minha gente.
vivam povo e rebeldia.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Jorge de Sena
in Visão Perpétua
5/1964
madalena, concordo com tudo, contudo saliento. 'vivam povo e rebeldia'
ResponderEliminarSim, baal. Não creio que o outro cá volte.
ResponderEliminarQual outro? Se é para morrer tudo, porque salvar povo e rebeldia?
ResponderEliminarPorque pela mão/poesia de Jorge de Sena, é o povo que pragueja e se rebela contra as instituições.
ResponderEliminarO outro é uma espécie de assombração decadente.
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