a decisão soberana está desde o início ligada à discriminação entre membro e não-membro. o leviathan não precisa de utilizar o seu monopólio da violência para decidir sobre a vida e a morte, pode excluir e colocar a condição humana individual numa situação periclitante ou mesmo ausente.
o poder soberano faz a ligação entre norma e realidade, institui a norma e cria a excepção para melhor dominar.não se limita ao antigo poder do patriarca que é uma relação fundacional e de violência à qual se pode resistir.ele decide sobre a condição de vida ao transformar um individuo em vida nua.
ps.estes pequenos apontamentos são baseados num estudo próprio sobre giorgio agamben
não existe leviatan apenas leviatanos.
ResponderEliminarPartindo do "princípio" de que apenas há leviatanos, há também a egrégora (holónica e não só) dos tais: logo, há Leviatan.
ResponderEliminarLembro-me, e lembro aqui, duas frases acutilantes de Ayn Rand:
"Contradictions do not exist. Whenever you think you are facing a contradiction, check your premises. You will find that one of them is wrong."
"Government 'help' to business is just as disastrous as government persecution... the only way a government can be of service to national prosperity is by keeping its hands off."
(citei de memória)
Lapdrey,
ResponderEliminarqueria apenas significar que maior é a opressão de nós sobre nós mesmos.
E que o Estado não tem assim tanta importância, embora possa legislar duramente e ter uma carga fiscal avassaladora, por exemplo agora com a nova história do imposto europeu.
Penso que os patrões são mais opressores que o Estado, porque lidamos diariamente com eles e calamos, sob pena de despedimento.
Aqui, de novo me ocorre Ayn Rand (is this Ayn Rand's Day? rsrs):
ResponderEliminar"Evil requires the sanction of the victim."
Entre rebelde (no fundo, inconsequente) e carneiro prostituidamente amestrado e
auto-consentido, a maioria prefere o sofá da segunda ao desterro acossado de sem-lugar, da primeira.
Talvez por isso, haja mais quem faça sofás do que esteiras, e subsistam ainda as poltronas de quem nos cilha a cerca onde muitos se imaginam seres livres.
Esses são os que mais responsabilidade têm, sem mesmo a saberem: atraiçoam a própria traição em que se libertariam porventura...
Quanto a patrões e a Estado: uns defendem o pêlo, o outro curte-o de todos os modos.
Verdade.
ResponderEliminarMas penso também que a maior revolta é contra a nossa própria inércia e vista limitada pelo que nos habituámos a comer.
Há dias falava-se aqui da contingência e da libertação da mesma; entendo que a revolta é precisamente isso.
E por isso não falamos aqui - como penso que Lapdrey não fala - da revolta que se explicita em cartazes e manifestações, senão numa manifestação de mudança de vida, que eventualmente trará uma nova perspectiva sobre o mundo.
nem o estado nem o patronato são decisivos na questão.os fluxos de poder transfiguram-se, na sociedade de controlo são sociais.
ResponderEliminarmudar de vida... para que vida?
'depois dos campos (concentração), não há regresso possível à política clássica; neles, cidade e casa tornaram-se indiferenciáveis e a possibilidade de distinguir entre o nosso corpo biológico e o nosso corpo político, entre o que é incomunicável e mudo e o que é comunicável e dizível, foi-nos retirada para sempre' agamben
baal: para a vida despojada e comunitária, tribal, no máximo das nossas forças. Claro (?) que isto não é possível onde há muita densidade populacional. Retorno ao primitivo.
ResponderEliminarNão conheço Agamben, mas é judeu, esteve em algum campo, é descendente, ou apenas reflecte sobre o que aconteceu?
de resto concordo em que o controlo é social, mas isso é feito pessoa a pessoa, individualmente, quando outros tentam exercer poder sobre nós e vice-versa. Por isso digo que não existe leviatan mas apenas leviatanos.
ResponderEliminarEntendamo-nos, meu caros.
ResponderEliminarSe o controlo é a capacidade conquistada ou concedida (o que vai ao mesmo) que determinado ser é capaz de exercer sobre tal outro, a que nível for - isso é vínculo, porque de vinculação se trata; logo, também, é recíproca dependência e sujeição, ainda que "hierarquicamente" aceite, com a vontade ou contra ela, no desnível que a suporta e alimenta.
Mas, isso não significa, quer-me parecer, que o vínculo seja "social".
Ou seja, ele consuma-se social e societariamente, mas não tem aí, na relação exterior, a sua mais profunda raiz, que radica, sim, no íntimo do homem e na sua capacidade, ou não, de espelhar a mais valerosa e venturosa natureza do seu espírito, com a intacta nobreza arquetípica do guerreiro.
Pode-se ser escravo e morrer (e assim ter vivido) como um rei. Pode-se ser rei, e viver toda a vida escravo da própria cobardia de ser.
Podemo-nos render perante os poderes - públicos, semi-públicos, privados, ou outros, não importa - que, de acordo com o seu intrinseco pendor para o domínio e a actividade predadora, tudo farão para subjugarem-nos, ou então podefremos manter (contra tudo e acima de tudo) firmeza no que não pode nem deve ser vendido, precisamente porque não é negociável, logo não é renunciável senão à força da renúncia à própria natureza.
A assim não fazer-se, nada poderá preservar o homem da vil mais currupção de si, partilhada e viral, que assim tem comum licença para graçar, como hodiernamente a tem, por (quase) toda a parte.
N.B. A revolta a que eu me refiro, caro Maltez, é a bem dizer a "metanoia", a "reviravolta" do do espírito do homem, que me parece dever ser a sua incessante condição de "caminhar": recolhimento e, nisso, re-colhimento;
ResponderEliminarconcentração e, assim, con-centração.
Lapdrey, concordo plenamente com o teu penúltimo comentário, especiamente em que há algo que não pode ser vendido e de que não podemos/devemos abdicar e que devemos reivindicá-lo sempre que isso está em causa. A autonomia.
ResponderEliminar"Incessante condição de caminhar" - concordo, até ver.
ResponderEliminarPermito-me notar, Maltez, o que escrevi (pequena nuance, apenas):
ResponderEliminar"incessante condição de 'caminhar' "
- "caminhar", que aspei, para denotar e assim porventura prever o para-doxo que vai além de doxa e doxias, entre caminho e não-caminho no "caminhar"...
A pulverização da razão cindinte, pois, que por aqui tanto ocorre em posts e comentários ...
(Se com proveito ou sem ele, a cada um de sabê-lo...)
Paradoxo no caminhar? A mente não caminha? Ou só o corpo se move?
ResponderEliminarLapdrey, o que é a razão cindinte?
ResponderEliminararmas para o povo, eis em 35 anos a única palavra de 'ordem' que percebi
ResponderEliminaros ventos revolvem-se e infelizmente novos domadores surgem.
ResponderEliminaro povo torna-se governo, o governo torna-se povo, ad eternum.
ResponderEliminarmaltez, falava de armas não falava de música. vê se acordas.
ResponderEliminarlol ok
ResponderEliminarninguém fala de hegel, fala-se de foucault, e da derrota da liberdade.
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