"S.J.: - Em resumo, a música confronta-nos com este paradoxo: a eternidade entrevista no tempo.
C.:É com efeito o absoluto captado no tempo, mas incapaz de aí permanecer, um contacto simultaneamente supremo e fugitivo. Para que permanecesse, seria necessária uma emoção musical ininterrupta. A fragilidade do êxtase místico é idêntica. Nos dois casos o mesmo sentimento de incompletude, acompanhado por uma mágoa dilacerante, por uma nostalgia sem limites.
S.J.: Esta nostalgia é precisamente o fundamento da vossa visão do mundo. Como a definiríeis?
C.: “Este sentimento liga-se em parte às minhas origens romenas. Ele impregna ali toda a poesia popular. É uma dilaceração indefinível que se diz em romeno dor, próxima da Sehnsucht dos Alemães, mas sobretudo da Saudade dos Portugueses”
- Cioran, Entretien avec Sylvie Jaudeau, Entretiens, Paris, Gallimard, 1999, p.230.
note-se também o preenchimento do espaço na música.
ResponderEliminarOs fascistas sempre foram muito musicais. Que saudades devem ter de Wagner no caminho para os fornos!
ResponderEliminarWagner é lindo. É pena que algumas pessoas não saibam separar as águas...
ResponderEliminarEssa nostalgia funda, não sei se é romena. Nossa e decerto minha é...
ResponderEliminarSeja na eternidade que dura o que uma nota absoluta vibra, no instante eterno... Êxtase, sem dúvida! Isso o sinto...
Sem preconceitos e sem conceitos. Apenas com o que o corpo e o espírito conseguem comungar no instante supremo de uma imensa e funda Saudade.
Abraço.
http://ruadajudiaria.com/?p=146
ResponderEliminarergá.
os fascistas sempre foram muito dançarinos, saudades do ceausescu.
ResponderEliminarAnónimo,
ResponderEliminarLamento não ter conseguido no site indicado ouvir a música com o nome de ergá, palavra correspondente a Saudade na língua hebraica. Sempre fui da opinião que esse sentimento não é privilégio apenas dos portugueses. No site refere-se até uma teoria que sugere a introdução desse sentimento por influência judaica, tal como o Sebastianismo.
Não quero aprofundar essa teoria que me parece perfeitamente aceitável... Talvez que a Saudade portuguesa tenha a a sua especificidade, mas o seu fundamento é divino e sagrado. A mística é dilacerantemente abissal e de elevada fundura...
Como poderei ouvir esse som "ergá"? ou algo que venha impregnado de dimensão mística judaica?
Grata.
caríssimo baal,
ResponderEliminarA Saudade(s) não é fascista, meu amigo...
sorriso revolucionário :(
uma piscadela de olho ateia;
um cumprimento gnóstico,
um "manasté":))especial para ti.
saudadesdotufuro: há muitos cd's sevilhanos que juntam as 3 tradições (cristã, judaica e islâmica)e nos quais se pode ouvir música de tradição judaica. E há o recente Jerusalém de Jordi Saval.
ResponderEliminarA fusão das tradições já conhecia... o que referes, depois te direi das saudades...
ResponderEliminarGrata, imensamente.
Gentil Anónimo,
ResponderEliminarM.A.R.A.V.I.L.H.O.S.O.!!!
Aquele vento islâmico eleva-me, enleva-me, faz-me voar...
Escuta: http://www.youtube.com/watch?v=aYZpA0oWEaw
Que estupidez rotular alguém de fascista só porque durante uns anos de juventude o foi!... É como acusar alguém de ter usado chucha...
ResponderEliminarE que dizer de quem ainda se assume comunista, depois das misérias geradas, ainda hoje, pelo (dito) comunismo?
lindo
ResponderEliminarouve esta:
http://www.youtube.com/watch?v=SOjGFTPUzz4&feature=channel_page
outra dimensão..........
Pato Donald,
ResponderEliminarNão me parece nada disso!
Estás um pouco desenquadrado, parece-me.
Escuta a música, far-te-á bem. Abre o espírito e é ecuménica...
Também:
ResponderEliminarO som é´muito mau!
http://www.youtube.com/watch?v=-1XEnz5MNz
A música 9 do Jerusalém embora não seja a que evoca melhor a saudade, tem a letra do Salmo 121 onde podemos ler "Javé guarda as tuas chegadas e partidas".
ResponderEliminarVem, Jessica, vê como o firmamento
ResponderEliminarse encontra adornado com esferas de ouro resplandecente
onde não há a mais pequena estrela que no seu périplo não cante como um anjo
acompanhado pelo coro dos querubins de jovens olhos.
Tal harmonia existe no seio da nossa alma
apenas se as obscuras vestes da podridão
a envolverem de forma grosseira não conseguimos ouvi-la.
Shakespeare
pato donald, toma cuidado com o gastão, fascista uma vez cobarde para a eternidade
ResponderEliminarWe love to be filled with noise, images, words, thoughts, memories, fantasies, sensations, people, pleasures and good feelings. When these things are not, we feel bored, alone, scared and quite possibly angry and confused.
ResponderEliminarWe need to fabricate, manipulate and do.
ResponderEliminarStop searching, wanting, controlling, needing, doubting, praying....................
ResponderEliminar.........into the void of nothingness .........
ResponderEliminar"O porco merece o seu nome, já que é realmente um animal muito pouco asseado"
ResponderEliminarO que nos desconcerta nesta frase? Hum?
a nossa anterior(mito versus texto) é certamente inadequada, porque estamos ainda ao grande mito semilógico do versus, estão colados um ao outro de forma afinal cúmplice:há acordo estrutural entre as formas contestantes e as formas contestadas'
ResponderEliminarroland barthes
Eu explico:
ResponderEliminarUm porco não se chama porco por a palavra exprimir de forma acertada o que é a essência desse animal, mas para que não o confundamos com as palavras "porto" ou "cisne". É que, em princípio, nada obstaria a que a ave branca fosse designada por "porco" e o animal chafurdeiro por "cisne". Nesse caso, falaríamos do "Lago dos porcos", de "Leda e o porco", do castelo de Neuschweinstein e do "Porco de Avon".
Haja diplomacia entre significante e significado!
lolololololol só rir
ResponderEliminarAfinal, em prosa, em poesia ou nem isso, tudo não passa disto:
ResponderEliminar"Estou sentado cá dentro e como almôndegas;
de repente, algo toca.
Eu penso, admiro-me e estranho,
de repente está aberta a porta,
eu saio e olho,
e quem é que está cá fora?
Eu!"
Que triste é ter razão!
Tudo "gente igual à outra..."
lol e viva o matrix adeus e beijinhos
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=QTxUwDGRHqw
ResponderEliminaro autor escreveu quando soube que tinha cancro. É considerado um dos grandes clássicos de sempre do trance. Nela revela-se já a saudade de deixar este mundo, a saudade do futuro que vem com a visão da morte.
http://www.youtube.com/watch?v=Dj8WKQMuW_s&feature=related
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