Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Os deuses
Os deuses são felizes. Vivem a vida calma das raízes. Seus desejos o Fado não oprime, Ou, oprimindo, redime Com a vida imortal. Não há Sombras ou outros que os contristem. E, além disto, não existem...
Infelizmente existem, ilusoriamente, como tudo o mais que julga existir na sua ficção de id-entidade separada. Infelizmente também sofrem, quando a sua ilusão de imortalidade chega ao fim e despertam morrendo e metamorfoseando-se em mundos inferiores. Infelizmente também são oprimidos pelo Fado, pelo fadar-se a ser isto ou aquilo, como todos os seres iludidos e ilusórios.
E se estes deuses não fossem os deuses do mundo dos deuses, mundo ilusório e causador de dukha, mas sim os santos, os iluminados, os despertos, livres do Fado e da existência, imortais porque mortos no mundo das aparêcias? E se estes deuses fossem simplesmente criaturas que deixaram de o ser por terem des-coberto (de todos os véus) a sua natureza primordial?
É uma perspectiva nova e possível, caro amigo, embora não me pareça que seja desses "deuses" que fala Pessoa. Apesar de compreender o que quer dizer, também não sei se em rigor podemos considerar os despertos "mortos no mundo das aparências", precisamente porque para eles já não há aparências e tudo, incluindo eles mesmos, são sagradas aparições, mesmo no mundo material e sensível. Grato por trazer dinamismo e questionamento a este espaço.
Pois fico também feliz que assim seja, Kunzang Dorge.
ResponderEliminarUm abraço de Saudades
Infelizmente existem, ilusoriamente, como tudo o mais que julga existir na sua ficção de id-entidade separada. Infelizmente também sofrem, quando a sua ilusão de imortalidade chega ao fim e despertam morrendo e metamorfoseando-se em mundos inferiores. Infelizmente também são oprimidos pelo Fado, pelo fadar-se a ser isto ou aquilo, como todos os seres iludidos e ilusórios.
ResponderEliminarE se estes deuses não fossem os deuses do mundo dos deuses, mundo ilusório e causador de dukha, mas sim os santos, os iluminados, os despertos, livres do Fado e da existência, imortais porque mortos no mundo das aparêcias?
ResponderEliminarE se estes deuses fossem simplesmente criaturas que deixaram de o ser por terem des-coberto (de todos os véus) a sua natureza primordial?
É uma perspectiva nova e possível, caro amigo, embora não me pareça que seja desses "deuses" que fala Pessoa. Apesar de compreender o que quer dizer, também não sei se em rigor podemos considerar os despertos "mortos no mundo das aparências", precisamente porque para eles já não há aparências e tudo, incluindo eles mesmos, são sagradas aparições, mesmo no mundo material e sensível. Grato por trazer dinamismo e questionamento a este espaço.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAh, sim!? Nunca demos por isso...
ResponderEliminarsomos o que os deuses
ResponderEliminardeixam
que nós
queiramos ser
( perdão a "deuses")
Então, Platero, levas-nos tão a sério?
ResponderEliminarDeixemos os deuses. Reconheçamos as divindades que somos.
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