Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Bardo do devir
imagem google
O samsara está na tua mente e o nirvana também.
Todo o prazer e dor, bem como todas as ilusões...Nada disso existe fora a tua mente;
É este o coração da prática para o bardo do devir.
Paulo, hoje estas palavras fizeram especial sentido para mim, perceber que a nossa atitude(livre-arbítrio) determina a nossa felicidade(Amor - baba nam kevalam), o estarmos mais próximos o nirvana ou o samsara, mas elucide-me, p/favor:
1- a felicidade é apenas um "estado" mental?
2-a mente é sempre vacuidade ou só o é quando existe a prática a compaixão aliada à da meditação (creio serem o caminho para que a mente regresse a casa)?
3-existe algo fora da nossa mente?se sim, o quê?
4-a vacuidade poderá ser trauzida como um nada potência de tudo?
5-a existência do karma implica que não existem então coinciências, haveno já uma pré-determinação dos factos?
Desculpe esta "agenda de discussão" mas é o que me ocorre deste pensamento aqui seleccionado.
Fragmentus, agora e até amanhã é provável que não consiga responder a isso tudo... Mas cuidado com as perguntas porque a resposta pode passar por se ver que elas não fazem sentido. Em termos últimos, claro.
um homem de papel ateado transforma-se em cinzas, um de carne e osso cansado transforma-se em cinzas, no fundo todas as perguntas não passam de 'beatas', e a vida de um cigarro esquecido
holografia não deve ser considerada simplesmente como mais uma forma de visualização de imagens em três dimensões, mas sim como um processo de se codificar uma informação visual e depois (através do laser) decodificá-la, recriando "integralmente" esta mesma informação. É importante notar que diversas formas de projeção são erroneamente chamadas de holográficas por resultarem em imagens que aparentemente estão no ar (projeções sobre telas transparentes, películas de água, fumaça ou óleo). Na verdade, o sentido da holografia é o da reconstrução e da integralidade da imagem e não de uma impressão visual fantasmagórica. Até hoje, não existe uma forma de projeção de imagens no ar sem qualquer suporte, seja ela holográfica ou não.
O termo holografia também é conhecido por holograma, que quer dizer "registro inteiro" ou "registro integral".
Nirmanakaya: é a mais concreta das manifestações, que adquire um corpo, aparecendo em benefício dos que são incapazes de perceber o Sambhogakaya. Compreende as experiências sensíveis que envolve os elementos – terra, ar, água, fogo, espaço – e as manifestações de formas compostas por esses elementos como os objetos e seres da natureza e mesmo as pessoas. Representa todos os desejos e o desejo de conhecer a verdade, ou felicidade. Corresponde à fala do Buda
com a vontade de poder, de agir, como se fosses uma seta com uma finalidade. a felicidade como essência e o sorriso como virtude e a vacuidade seria ela própria o nada.
Fragmentus, a correr para o Colóquio sobre Agostinho da Silva, deixo só umas dicas, na perspectiva budista: 1 - A vacuidade não é uma coisa nem o nada, é uma palavra apenas que designa a natureza autêntica de todos os fenómenos e da mente que os percepciona, interdependentes e livres de existência intrínseca, em si e por si, para além de todas as palavras e conceitos. 2 - A felicidade é inseparável da vacuidade. 3 - Quando se compreende-experimenta a vacuidade, não há fora nem dentro, existência ou não-existência, sujeito e objecto. 4 - A vacuidade é inseparável de todos os fenómenos, todos os fenómenos são inseparáveis da vacuidade. 5 - Karma quer dizer a acção inerente ao pensamento, à palavra e aos actos físicos, que tem sempre efeitos, embora uma nova acção possa sempre modificar o curso e os efeitos das anteriores. Não haver acaso não significa que haja pré-determinação. Há apenas tendências para viver certas experiências, em função das acções anteriores, mas tudo isso pode a cada momento ser modificado, sobretudo pela prática espiritual, pela meditação.
Aconselho a leitura do último livro que traduzi e está prestes a ser distribuído pelas livrarias: "O que não faz de ti um budista", do grande mestre tibetano Dzongsar Khyentse Rinpoche (Lua de Papel).
Aconselho também, sobre a meditação: "A Alegria de Viver", de Mingyur Rinpoche (Temas e Debates).
O Livro Tibetanos dos Mortos menciona seis estados do bardo, ou seis estados intermédios: três estados entre o nascimento e a morte e outros três entre a morte e o renascimento. Durante a vida nós vivemos o estado intermédio da vida (que corresponde aos momentos em que estamos acordados e percepcionamos o mundo com a consciência grosseira), o estado intermédio do sonho (quando sonhamos) e o estado intermédio de meditação (momento em que através da experiência meditativa atingimos o estado de consciência subtil). Quando o nosso corpo perde as funções vitais, a nossa consciência primeiro experiencia o estado intermédio da morte (o qual os budistas dizem que aqui se vivencia uma experiência de libertação), o estado de realidade (para o qual é preciso estar preparado para não renascer em reinos de existência inferiores) e o estado de renascimento.
Para uma leitura sobre o tema aconselho o Livro Tibetano dos Mortos ou A Arte da Vida de Tsering Paldron. Em Maio, na União Budista Portuguesa vai haver uma aula sobre os estado de bardo e aproveito para lhe dizer que na quarta-feira vem o mestre espiritual Khenpo Tséten dar um ensinamento sobre o karma nos Tibetanos, em Lisboa
Obrigada, Pedro.Foi conciso no q explicou. Eu retirei esta citação do "Livro Tibetano da Vida e da Morte", lio há cerca de 11 anos.Tenho-o relido, em fragmentos ao acaso e surgiu-me este conjunto de dúvidas. Um sorriso Namastê
este blogue é o bardo do devir e também não existe fora da tua mente
ResponderEliminara tua própria mente também não existe fora da tua própria mente
a tua mente não existe
nem a minha
olé!
Paulo, hoje estas palavras fizeram especial sentido para mim, perceber que a nossa atitude(livre-arbítrio) determina a nossa felicidade(Amor - baba nam kevalam), o estarmos mais próximos o nirvana ou o samsara, mas elucide-me, p/favor:
ResponderEliminar1- a felicidade é apenas um "estado" mental?
2-a mente é sempre vacuidade ou só o é quando existe a prática a compaixão aliada à da meditação (creio serem o caminho para que a mente regresse a casa)?
3-existe algo fora da nossa mente?se sim, o quê?
4-a vacuidade poderá ser trauzida como um nada potência de tudo?
5-a existência do karma implica que não existem então coinciências, haveno já uma pré-determinação dos factos?
Desculpe esta "agenda de discussão" mas é o que me ocorre deste pensamento aqui seleccionado.
Namastêj
Olé, tudo então é condicionado/(re)criado pela nossa mente?!...
ResponderEliminarPodes explicar, p/favor? :)
O que é o bardo do devir?
ResponderEliminarFragmentus, agora e até amanhã é provável que não consiga responder a isso tudo... Mas cuidado com as perguntas porque a resposta pode passar por se ver que elas não fazem sentido. Em termos últimos, claro.
ResponderEliminarSaúde!
o bardo do devir é parecido com o bar do vir, só que é um pouco diferente
ResponderEliminarComo assim?
ResponderEliminarAnónimo 2
um homem de papel ateado transforma-se em cinzas, um de carne e osso cansado transforma-se em cinzas, no fundo todas as perguntas não passam de 'beatas', e a vida de um cigarro esquecido
ResponderEliminarfumar o samsara é o nirvana, fumar o nirvana é a libertação
ResponderEliminarO que é a mente? A mente é?
ResponderEliminarConversa de fumadores e eu que nem fumo...
ResponderEliminarA mente não é, porque é vazio, vacuidade?
ResponderEliminarAnónimo 2
Homem de papel, fazes-me lembrar alguém...
ResponderEliminarPaulo, precisamos q nos elucide, por favor! :)
O Paulo existe!?
ResponderEliminarExiste, foi meu prof...
ResponderEliminar(surreal se fosse um holograma)
o que é a realidade senão um holograma!?
ResponderEliminarO anel do Paulo não é um holograma, nem a matéria
ResponderEliminarAnónimo 2
Holograma (googlando)
ResponderEliminarholografia não deve ser considerada simplesmente como mais uma forma de visualização de imagens em três dimensões, mas sim como um processo de se codificar uma informação visual e depois (através do laser) decodificá-la, recriando "integralmente" esta mesma informação. É importante notar que diversas formas de projeção são erroneamente chamadas de holográficas por resultarem em imagens que aparentemente estão no ar (projeções sobre telas transparentes, películas de água, fumaça ou óleo). Na verdade, o sentido da holografia é o da reconstrução e da integralidade da imagem e não de uma impressão visual fantasmagórica. Até hoje, não existe uma forma de projeção de imagens no ar sem qualquer suporte, seja ela holográfica ou não.
O termo holografia também é conhecido por holograma, que quer dizer "registro inteiro" ou "registro integral".
http://pt.wikipedia.org/wiki/Holografia
Matrix: nosso mundo pode ser um gigantesco holograma...
ResponderEliminar(alô alô Paulo)
gostam de budismo? sabem o que é o nirmanakaya?
ResponderEliminarNirmanakaya: é a mais concreta das manifestações, que adquire um corpo, aparecendo em benefício dos que são incapazes de perceber o Sambhogakaya. Compreende as experiências sensíveis que envolve os elementos – terra, ar, água, fogo, espaço – e as manifestações de formas compostas por esses elementos como os objetos e seres da natureza e mesmo as pessoas. Representa todos os desejos e o desejo de conhecer a verdade, ou felicidade. Corresponde à fala do Buda
ResponderEliminarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Kaya_(budismo)
faço-te lembar alguém? quem?ts talvez na espiral da fumaça.
ResponderEliminarconversa de fumadores
abalas-me baal já vou de abalada
ResponderEliminarnirmanakaya é o corpo e não a palavra do Buda
nirmanakaya é a ilusão maior, porque mais concreta
nirmanakaya é tudo isto que percepcionamos
nirmanakaya é tudo isto que percepcionamos
ResponderEliminare o que percepcionamos?:
- um mero constructo mental?
- uma projecção mental?
- um holograma?
- o samsara?
- ou tb o nirvana?
...
bom vinho, a questão não é percepcionar é saborear
ResponderEliminaro último anónimo é baal, se me entendo
ResponderEliminarcomo não fumo nem bebo vinho (rs), pergunto então:
ResponderEliminarsaborear tem a ver com o quê?:
- o Sentido que norteia o nosso livre-arbítrio?
- com a prática da compaixão?
- e tb da meditação?
- com o re-alinhamento dos nossos chakras?
e faz sentido diferenciar sensibilidade, percepção e razão?
ResponderEliminarcreio q no budismo td se remete para a vacuidade...
com a vontade de poder, de agir, como se fosses uma seta com uma finalidade. a felicidade como essência e o sorriso como virtude e a vacuidade seria ela própria o nada.
ResponderEliminargostei da resposta (poesia da existência), vou reler, reflectir, mas questiono: esse nada é sempre potência de tudo, não é?
ResponderEliminarBardo é um patamar de existência?
ResponderEliminartambem vou reflectir, responderei depois, talvez o nada como berço do ser.
ResponderEliminarcerto, Baal, reflectir e literalmente, dormir sobre o assunto :)
ResponderEliminar(1h39)
luz e paz
grata
Fragmentus, a correr para o Colóquio sobre Agostinho da Silva, deixo só umas dicas, na perspectiva budista:
ResponderEliminar1 - A vacuidade não é uma coisa nem o nada, é uma palavra apenas que designa a natureza autêntica de todos os fenómenos e da mente que os percepciona, interdependentes e livres de existência intrínseca, em si e por si, para além de todas as palavras e conceitos.
2 - A felicidade é inseparável da vacuidade.
3 - Quando se compreende-experimenta a vacuidade, não há fora nem dentro, existência ou não-existência, sujeito e objecto.
4 - A vacuidade é inseparável de todos os fenómenos, todos os fenómenos são inseparáveis da vacuidade.
5 - Karma quer dizer a acção inerente ao pensamento, à palavra e aos actos físicos, que tem sempre efeitos, embora uma nova acção possa sempre modificar o curso e os efeitos das anteriores. Não haver acaso não significa que haja pré-determinação. Há apenas tendências para viver certas experiências, em função das acções anteriores, mas tudo isso pode a cada momento ser modificado, sobretudo pela prática espiritual, pela meditação.
Aconselho a leitura do último livro que traduzi e está prestes a ser distribuído pelas livrarias: "O que não faz de ti um budista", do grande mestre tibetano Dzongsar Khyentse Rinpoche (Lua de Papel).
Aconselho também, sobre a meditação: "A Alegria de Viver", de Mingyur Rinpoche (Temas e Debates).
Tashi Delek
Mt grata pelo seu esclarecimento e refªs bibliográficas. Lerei, concerteza! :)
ResponderEliminarNamastê
Anónimo disse...
ResponderEliminarO que é o bardo do devir?
2 de Abril de 2009 16:16
Bardo quer dizer "entre-dois" e "bardo do devir" diz respeito à experiência que a mente tem entre uma morte e um renascimento.
ResponderEliminarObrigado Paulo.
ResponderEliminare o nosso actual estado de existência é então um bardo (fardo sim, tb :), ou nao?
ResponderEliminarCara Fragmentus,
ResponderEliminarO Livro Tibetanos dos Mortos menciona seis estados do bardo, ou seis estados intermédios: três estados entre o nascimento e a morte e outros três entre a morte e o renascimento. Durante a vida nós vivemos o estado intermédio da vida (que corresponde aos momentos em que estamos acordados e percepcionamos o mundo com a consciência grosseira), o estado intermédio do sonho (quando sonhamos) e o estado intermédio de meditação (momento em que através da experiência meditativa atingimos o estado de consciência subtil). Quando o nosso corpo perde as funções vitais, a nossa consciência primeiro experiencia o estado intermédio da morte (o qual os budistas dizem que aqui se vivencia uma experiência de libertação), o estado de realidade (para o qual é preciso estar preparado para não renascer em reinos de existência inferiores) e o estado de renascimento.
Para uma leitura sobre o tema aconselho o Livro Tibetano dos Mortos ou A Arte da Vida de Tsering Paldron. Em Maio, na União Budista Portuguesa vai haver uma aula sobre os estado de bardo e aproveito para lhe dizer que na quarta-feira vem o mestre espiritual Khenpo Tséten dar um ensinamento sobre o karma nos Tibetanos, em Lisboa
Saúde:)
Obrigada, Pedro.Foi conciso no q explicou.
ResponderEliminarEu retirei esta citação do "Livro Tibetano da Vida e da Morte", lio há cerca de 11 anos.Tenho-o relido, em fragmentos ao acaso e surgiu-me este conjunto de dúvidas.
Um sorriso
Namastê
morto, estou eu
ResponderEliminarEu sei, Caríssimo! Eu escuto sempre os mortos. Escuto-te, Baal.
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