Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
domingo, 12 de abril de 2009
apontamento de domingo de PAZcoa
O grilo é feito De escuro e ouro nas asas Sol brilhando Nas articulações das patas
De silêncio de searas verdes nas antenas E amarelo de girassol nos olhos
O grilo é feito de cantar Os primeiros raios de sol Da Primavera
há cerca de 30 anos o Professor Jacinto Prado Coelho fez comentário semelhante a poema meu, por coincidência com o nome de "memória dos sons" É gratificante saber que podemos suscitar, com palavras simples,sensações e emoções adormecidas. Fiquei feliz por saber que o poema tinha agradado ao meu amigo.
LÍDIA (de Ricardo Reis? ou sou eu que meto os pés pelas mãos? :olha, Lídia...)
se eu for feito de matéria, Lídia, só se for vento ou pó. ou as duas coisa juntas
de qualquer modo, Lídia, é de se lhe fechar os olhos
abraço transatlântico. Muito agradecido pela visita. que me leiam já me sinto feliz. que me deixem suspeitar de que gostaram do que leram é simpático como passear descalço sobre relva húmida no Verão
Gosto muito do seu poema. Fez-me recordar-me criança e a descoberta espantosa de um louva-a-deus estático e prenhe de movimento, na fonte da aldeia e os momentos intermináveis e fascinantes que passei a olhar para ele.
´bom que as palavras puxem coisas. Nem que as coisas não passem de memórias. Há dias escrevia sobre os dias cinzentões e chatos, frios, próprios para acender o lume e "cortar as unhas dos pés". Sei que pelo menos um leitor dessas palavras fez quase à letra o que elas prescreviam: não acendeu o lume mas ligou o aquecedor elétrico. E cortou as unhas.........dos pés
alguem que leu, como o meu bom amigo, a mecânica do grilo, fez-me chegar sua nostalgia de mais de um quarto de século: parar para ver um grilo.
tão simples, caro anónimo, quando se multiplicam por aí. quem sabe de volta não encontraria também um Louva-a-deus. e por que não o seu?
Na fonte da aldeia não está o meu louva-a-deus. Afinal sempre saltou instante. Na praça da aldeia onde no cimo está a fonte, estagnam os carros, agora tantos, convertido num parque de estacionamento. As árvores mantêm-se mudas - que no tempo aparente nada permanece, há que continuar em pé -, o espanto é meu e dizem as pessoas da aldeia, "Naturalmente, as pessoas têm de estacionar em algum lado, homessa". Naturalmente. Grata pelo seu poema. Leio, releio, e continuo a gostar. Sabe que só as grilas é que cantam? Para chamar o macho, naturalmente.
lamento desiludi-la mas o que canta são os grilos. Conhece o Teatro de Tchekov? é o que me faz lembrar nossa conversa. Mas é verdade. Além dos mais, como acontece com a maioria dos invertebrados, são os machos mais atraentes do que as fêmeas. No caso dos grilos, têm dois apêndices caudais - muito mais estéticos do que os 3 que deformam, desequilibram as grilas. Quer mais?: as asas das grilas são lúgubres- uniformemente escuras, roçando um gótico mau-gosto pouco usual na natureza. as dos grilos são de tons diversos, com o traço comum de terem, na ligação ao tórax, laivos mais ou menos pronunciados de um amarelo-ouro. Afinal, leu ou não leu o meu poema?
beijinho para si. E cuide de pôr ordem nas aleivosias dos seus co-aldeões
Belo poema, Amigo!
ResponderEliminarAbraço
E tu, Platero, de que és feito? De poesia?
ResponderEliminarlídia espero por ti nas margens do letes.
ResponderEliminarr.reis
Caro Paulo
ResponderEliminaramigo
há cerca de 30 anos o Professor Jacinto Prado Coelho fez comentário semelhante a poema meu, por coincidência com o nome de "memória dos sons"
É gratificante saber que podemos suscitar, com palavras simples,sensações e emoções adormecidas.
Fiquei feliz por saber que o poema tinha agradado ao meu amigo.
LÍDIA
(de Ricardo Reis? ou sou eu que meto os pés pelas mãos?
:olha, Lídia...)
se eu for feito de matéria, Lídia, só se for vento
ou pó.
ou as duas coisa juntas
de qualquer modo, Lídia,
é de se lhe
fechar os olhos
Afinal o Alberto Caeiro existe?
ResponderEliminarSOANTES
ResponderEliminarabraço transatlântico. Muito agradecido pela visita.
que me leiam já me sinto feliz.
que me deixem suspeitar de que gostaram do que leram é simpático
como passear descalço sobre relva húmida no Verão
Gosto muito do seu poema. Fez-me recordar-me criança e a descoberta espantosa de um louva-a-deus estático e prenhe de movimento, na fonte da aldeia e os momentos intermináveis e fascinantes que passei a olhar para ele.
ResponderEliminarcaro anónimo
ResponderEliminar´bom que as palavras puxem coisas. Nem que as coisas não passem de memórias.
Há dias escrevia sobre os dias cinzentões e chatos, frios, próprios para acender o lume e "cortar as unhas dos pés".
Sei que pelo menos um leitor dessas palavras fez quase à letra o que elas prescreviam: não acendeu o lume mas ligou o aquecedor elétrico. E cortou as unhas.........dos pés
alguem que leu, como o meu bom amigo, a mecânica do grilo, fez-me chegar sua nostalgia de mais de um quarto de século: parar para ver um grilo.
tão simples, caro anónimo, quando se multiplicam por aí. quem sabe de volta não encontraria também um Louva-a-deus.
e por que não o seu?
abraço
Na fonte da aldeia não está o meu louva-a-deus. Afinal sempre saltou instante.
ResponderEliminarNa praça da aldeia onde no cimo está a fonte, estagnam os carros, agora tantos, convertido num parque de estacionamento. As árvores mantêm-se mudas - que no tempo aparente nada permanece, há que continuar em pé -, o espanto é meu e dizem as pessoas da aldeia, "Naturalmente, as pessoas têm de estacionar em algum lado, homessa". Naturalmente.
Grata pelo seu poema. Leio, releio, e continuo a gostar.
Sabe que só as grilas é que cantam? Para chamar o macho, naturalmente.
cara afinal anónima
ResponderEliminarlamento desiludi-la mas o que canta são os grilos.
Conhece o Teatro de Tchekov? é o que me faz lembrar nossa conversa.
Mas é verdade. Além dos mais, como acontece com a maioria dos invertebrados, são os machos mais atraentes do que as fêmeas. No caso dos grilos, têm dois apêndices caudais - muito mais estéticos do que os 3 que deformam, desequilibram as grilas.
Quer mais?:
as asas das grilas são lúgubres- uniformemente escuras, roçando um gótico mau-gosto pouco usual na natureza.
as dos grilos são de tons diversos, com o traço comum de terem, na ligação ao tórax, laivos mais ou menos pronunciados de um amarelo-ouro.
Afinal, leu ou não leu o meu poema?
beijinho para si. E cuide de pôr ordem nas aleivosias dos seus co-aldeões
Oh, mais um sonho que se defez... Afinal os grilos, heim?
ResponderEliminarcara anónima
ResponderEliminarflagrante mesmo a exuberãncia masculina para exibição às fêmeas verifica-se nas aves.
Veja os perús ou os pavões, os faisões, os próprios galos...
não se desiluda por tão-pouco, vá lá...