sexta-feira, 20 de março de 2009

Do mar e das flores...feliz Primavera!

imagem google

A pouco e pouco, a vegetação verdejante do pasto ganhava cor, forma e textura. As flores redespertavam do seu sono lento revestido de frio, e gelo. Despoletavam os primeiros botões que sorriam, timidamente, para o sol de Primavera. As pétalas espreguiçavam-se dançando, naturalmente, ao som da brisa que as afagava em jeito terno, e puro.

Ao longe, um sussurro de mar em jeito de prece. E assim conta a lenda que o mar amava as flores e que as ondas eram a sua tentativa para as beijar. Contudo, não as alcançava e daí que o marulhar fosse a sua canção de embalar. Secretamente, escutam-na as flores que de mil e uma cores, escondem as suas dores. No entanto, choram quando sentem que a água de sua raízes tem o sal de uma lágrima de mar, corres-lhe a nostalgia de um amor perdido, vasto, tão imenso que lhes (en)canta.

É por isso que em orvalho, de amanhacer e anoitecer, as flores se banham e purificam em toque cristalino de reflexo arco-íris; porque se projectam , em sonho, e abraçam o mar. As mais ousadas, soltam as suas pétalas e voam, livres, no vento. Fazem-se mágico momento. Sonham, fundem-se e são...fragmento de amor que se superou para além da dor.

Por vezes, temos de soltar as nossas pétalas para que possamos também voar e o nosso amor alcançar. Ainda que pareça tão longe, impossível e ingénuo, tudo é possível quando é Primavera em nós, em processo de renascimento e reflorescimento contínuos.

2 comentários:

  1. o aroma da rosa de Platero inspirou-me...um sorriso :)

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  2. Fragmentus

    grato por me concederes "paternidade" da inspiração para o teu bem conseguido
    hino à Primavera

    beijinho

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