Porquê que queres obrigar-me a calar?
Porque tenho razão.
Sabes que tenho razão.
Mas não tens coragem de o dizer!
Porque defendes a tua felicidade como um cão defende um osso...
Ah mas como a vossa felicidade me mete nojo...
O vosso apego à vida de que é preciso amar a todo o custo.
Parecem cães... que lambem tudo o que encontram...
É assim que pensam, não é?
Pois eu não.
Eu exijo tudo.
Tudo imediatamente.
E se não for assim, recuso.
Não quero ser modesta.
Não quero contentar-me com pouco.
Quero ter a certeza de tudo.
Ou então, Morrer!
Grupo de Teatro Honoris Causa
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Ainda no rescaldo do Dia Mundial do Teatro...
Dedico este texto que não escrevi a todos os actores que não o leram.
Mas também a todos os que não o ouviram dizer em voz alta, num palco, com luzes, marcações, com pessoas sentadas à espera da próxima palavra e do próximo gesto.
Não fui ao teatro, comemorei o dia com o visionamento da entrevista que o Ricardo Pais deu na Câmara Clara, RTP 2... Foi uma programa muito interessante, como sempre são as Câmaras Claras da Clara.
Tenho saudades de ir ao teatro. Mesmo muitas. Há uns anos ia ao teatro como quem vai ao cinema. Prefiro o teatro e tenho mais bilhetes guardados do que de cinema. Puff!!! O Teatro é uma paixão para mim. Nunca fiz teatro, nem pretendo vir a fazer, não tenho o mínimo talento. Mas encanta-me. Fico facilmente sentada a ver um espectáculo. E gosto também dos bastidores, do que está por trás das cortinas.
Sobre o teatro já escrevi mais de 100 páginas.
E, na adolescência, defendi uma causa, lutei por ela como sabia lutar... escrevendo o que sentia. Na altura, o Parque Mayer estava para ser demolido, a Maria João Abreu e o José Raposo (entre muitos outros) estavam empenhados em impedir que isso acontecesse.
Eu achava triste demolir aqueles edifícios no centro de Lisboa. Edifícios que eram salas de espectáculo antigas, onde já tantos valores do teatro tinham representado, tinham nascido, tinham crescido. Eu achava triste que os teatros não pudessem ser recuperados para que os actores pudessem voltar a encher aquelas salas. Achava triste companhias e grupos de teatro não terem uma sala para representar em condições e estarem sujeitos a garagens e espaços arrendados, terem que ensaiar em espaços não apropriados.
Achava aquele espaço lindo, cheio de alma e... vazio. Fechado, a cair de podre, em ruínas. Era uma injustiça! Três salas de espectáculo com 'estória' para contar e só uma (e por teimosia) continuava activa, ainda que as condições não fossem, de facto, as melhores.
Nessa altura da minha adolescência, decidi, juntamente com uma grande amiga que sonhava ser actriz, que íamos tentar ajudar. Reunimos um abaixo-assinado para tentar impedir que o Parque Mayer fosse demolido. E escrevemos duas cartas que enviamos ao ministro da cultura e ao presidente da câmara de Lisboa da altura... Mandámos essas cartas semanas a fio. Sempre a mesma carta, todas as semanas.
Depois de ser anunciado um mega projecto, depois de se imaginar um casino e uma feira popular... O Capitólio, o Variedades e o Maria Vitória... continuaram rodeados de estacionamento pago.
Vamos ver o futuro. Mas gostava de imaginar aquele espaço cheio de vida e aquelas três salas cheias de actividade, entregues a companhias e a grupos de teatro (podia até ser por concurso, como o Governo tanto gosta...) Cada teatro podia ter objectivos diferentes, um podia ser experimental, outro podia ser escola ou grupo independente, ou... companhia residente, ou... podiam fazer teatro para a televisão, por exemplo... chegaram a fazer isso no Variedades, salvo erro.
Era maravilhosos. Mas são sonhos meus, já perceberam... se me leram até aqui.
Tenho saudades de ir assistir ao mesmo espectáculo de teatro duas vezes seguidas na mesma noite :)
A minha sentida solidariedade.
ResponderEliminarSereia
ResponderEliminarbom regresso. Pela mão do Teatro ou pelo pé do Mar
- bom é voltar
beijinho