Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quarta-feira, 18 de março de 2009
"Deus, o único ateu perfeito"
"O homem que nega o seu próprio ser, imita Deus, o único ateu perfeito; e tornou-se, por isso, Criador. A Criação tem a assinatura de Lucrécio" – Teixeira de Pascoaes, Santo Agostinho (comentários), Porto, Livraria Civilização, 1945, pp.275-276.
a última coisa que li e de Pascoaes foi o Santo Agostinho. Esta afirmação já quase no final fez-me sorrir: ela é um dos refrões do Paulo. Mas depois não pude deixar de pensar o porquê dela ser escrita num texto que supostamente é um biografia, muito particular e única como recentemente as de Citati,sobre um santo, um pensador que é santo (?). Paulo seria desajustado pesar-se, na economia da obra, que há nela uma defesa de que a santidade é um ateísmo, um ateísmo perfeito? Uma via de negação e relação com Deus que é aproximação e abandono, como aliás a etimologia de ateu, atheos, também deixa adivinhar?
De todas as obras de Pascoaes, e retirando sempre o "Pobre Tolo", esta foi a que mais me perturbou positivamente, é também aquela onde sinto um caos desorganizador atirar-me para fora do registo habitual de leitura, ao lê-la não fui a mesma leitora. Negou-me como aquela que me conhecia a ler de uma certa maneira.
Mal, mas tentei responder á questão que me formulou nos "Diálogos II"
Cara Isabel, estou plenamente de acordo com a leitura que faz da santidade no "Santo Agostinho" como um perfeito e divino ateísmo, o ateísmo de Deus que, "só Deus", é igual a "Nada", como afirma Pascoaes na mesma caótica, louca e genial obra.
Obrigado pelas suas respostas, também por sms, às minhas impertinentes perguntas.
O unico PERFEITO!
ResponderEliminarUm resto de uma agradável semana!
O eterno abraço…
-MANZAS-
Paulo,
ResponderEliminara última coisa que li e de Pascoaes foi o Santo Agostinho. Esta afirmação já quase no final fez-me sorrir: ela é um dos refrões do Paulo. Mas depois não pude deixar de pensar o porquê dela ser escrita num texto que supostamente é um biografia, muito particular e única como recentemente as de Citati,sobre um santo, um pensador que é santo (?). Paulo seria desajustado pesar-se, na economia da obra, que há nela uma defesa de que a santidade é um ateísmo, um ateísmo perfeito? Uma via de negação e relação com Deus que é aproximação e abandono, como aliás a etimologia de ateu, atheos, também deixa adivinhar?
De todas as obras de Pascoaes, e retirando sempre o "Pobre Tolo", esta foi a que mais me perturbou positivamente, é também aquela onde sinto um caos desorganizador atirar-me para fora do registo habitual de leitura, ao lê-la não fui a mesma leitora. Negou-me como aquela que me conhecia a ler de uma certa maneira.
Mal, mas tentei responder á questão que me formulou nos "Diálogos II"
Um dia feliz
Cara Isabel, estou plenamente de acordo com a leitura que faz da santidade no "Santo Agostinho" como um perfeito e divino ateísmo, o ateísmo de Deus que, "só Deus", é igual a "Nada", como afirma Pascoaes na mesma caótica, louca e genial obra.
ResponderEliminarObrigado pelas suas respostas, também por sms, às minhas impertinentes perguntas.