quarta-feira, 18 de março de 2009

"Deus, o único ateu perfeito"

"O homem que nega o seu próprio ser, imita Deus, o único ateu perfeito; e tornou-se, por isso, Criador. A Criação tem a assinatura de Lucrécio" – Teixeira de Pascoaes, Santo Agostinho (comentários), Porto, Livraria Civilização, 1945, pp.275-276.

3 comentários:

  1. O unico PERFEITO!

    Um resto de uma agradável semana!

    O eterno abraço…

    -MANZAS-

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  2. Paulo,

    a última coisa que li e de Pascoaes foi o Santo Agostinho. Esta afirmação já quase no final fez-me sorrir: ela é um dos refrões do Paulo. Mas depois não pude deixar de pensar o porquê dela ser escrita num texto que supostamente é um biografia, muito particular e única como recentemente as de Citati,sobre um santo, um pensador que é santo (?). Paulo seria desajustado pesar-se, na economia da obra, que há nela uma defesa de que a santidade é um ateísmo, um ateísmo perfeito? Uma via de negação e relação com Deus que é aproximação e abandono, como aliás a etimologia de ateu, atheos, também deixa adivinhar?


    De todas as obras de Pascoaes, e retirando sempre o "Pobre Tolo", esta foi a que mais me perturbou positivamente, é também aquela onde sinto um caos desorganizador atirar-me para fora do registo habitual de leitura, ao lê-la não fui a mesma leitora. Negou-me como aquela que me conhecia a ler de uma certa maneira.


    Mal, mas tentei responder á questão que me formulou nos "Diálogos II"

    Um dia feliz

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  3. Cara Isabel, estou plenamente de acordo com a leitura que faz da santidade no "Santo Agostinho" como um perfeito e divino ateísmo, o ateísmo de Deus que, "só Deus", é igual a "Nada", como afirma Pascoaes na mesma caótica, louca e genial obra.

    Obrigado pelas suas respostas, também por sms, às minhas impertinentes perguntas.

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