Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quinta-feira, 12 de março de 2009
"Amiga não me fales de amor"
Amiga não me fales de amor
São estranhos os caminhos
quando amas alguém
Prepara-te para seres
esmagada para cortares
a cabeça e te sentares
nela Prepara-te para andares
à volta da luz como uma traça
Prepara-te para viveres
como uma corça que corre
ao encontro do caçador
que a chama Prepara-te
para seres como a perdiz
que engole carvões em brasa
por amor da lua Como
o peixe que morre feliz
fora da água ou como
uma abelha aprisionada
para sempre no cálice
de uma flor O Senhor de Mira
é Giridhara Ela prostra-se
a seus pés
- Mirabai (1498-1546), O Amor Chegou Com As Chuvas, apresentação e versões de Jorge Sousa Braga, Lisboa, Assírio & Alvim, 2009, p.50.
Amei!
ResponderEliminarPaulo,
ResponderEliminarTambém gostei, devolvo-a em “paródia” com amizade...
Amigo fala-me de amor
Mesmo sendo estranhos os caminhos
quando amas seja quem for
Verás que mesmo esmagado
E sentado sobre a tua cabeça
Quererás que a volta não acabe
como a da borboleta
em redor da luz Para viver
como a corça perseguindo
o caçador caçado
Prepara-te para seres o que
como a perdiz recebe em sua boca
carvão em brasa por amor da lua
E como o peixe morrerás feliz
ainda que fora da água nela
Uma abelha presa no cálice
de uma flor é divina eternidade
Senhor de Mira és Giridhara prostrado
aos pés do amor.
Um abraço
Mahatma Ghandi baptizou Madeline Slade de Mirabehn em honra de Mirabai.
ResponderEliminarQue bonito que foi este momento de leitura, Paulo!
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