Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
Levantar-se de haver nascido é reconhecer que jamais se nasce em absoluto. Não se escolhe a ausência, ela é a nossa natureza incriada e jamais entificada: abs-entia. Este um dos sentidos profundos da saudade: sentimento/sentido da ausência, não só como fruto da separação e da distância, mas como abs-entia, presença aberta, não entificada, vacuidade.
“Que é a vida ? Um frenesim. / Que é a vida ? Uma ilusão, / Uma sombra, uma ficção, / e o maior bem é pequeno, / que toda a vida é sonho, / e os sonhos sonhos são” - "La Vida es Sueño", II, XIX)
A aphorese da Luiza é desenhada com uma lâmina de dupla face interrogante, que radica no nenhures duma tal suspensão do pensar em circulação uroboros e, por isso, é abismicamente silenciante e silenciadora: aqui ouvimos apenas alguns contra-ecos (eu incluído)... Grato, como sempre, Luiza|
«Força é reconhecer Que a morte, quando escolhida É uma espécie de antever A vida dentro da vida É parecida Só parecida Com a vida por viver
Num jardim quadrangular À vista do oceano Pode perder-se o olhar Na praia do desengano É humano Sobre-humano É ter um canto p'ra salvar
De pé, meu canto, não te rendas Saúda o mestre das oferendas Canta, canta, coração Que o poeta só te dá o que lhe dão
De pé, memória do futuro Há sempre luz ao fim do escuro Numa ilha só morre o que lá está O que conta, no que foi, é o que será
É bem pobre condição Render-se ao desespero E ler só morte na mão Direita de Antero O que eu quero Porque quero É negar a negação
Há uma ausência feroz Que veste a nossa mágoa E esquecemos que é por nós Que a fonte deita água Mas eu trago-a Mas eu trago-a É a razão da minha voz» José Mário Branco
eu rectificaria para: renascido. :)
ResponderEliminarHomem-nagem?
ResponderEliminarExcelente como está, sem tirar nem pôr.
algum de nós se levantará de ter nascido? só quando escolhemos a ausência...
ResponderEliminarLevantar-se de haver nascido é reconhecer que jamais se nasce em absoluto. Não se escolhe a ausência, ela é a nossa natureza incriada e jamais entificada: abs-entia. Este um dos sentidos profundos da saudade: sentimento/sentido da ausência, não só como fruto da separação e da distância, mas como abs-entia, presença aberta, não entificada, vacuidade.
ResponderEliminarcontinua a conversa idiota. aqui nunca se cansam. de fato não há limite para a estupidez
ResponderEliminarDe facto não há, anónimo. Tu o mostras.
ResponderEliminarLevantemo-nos já!
ResponderEliminar«Quando for levantado da terra, atrairei todos a mim.» João 12:32 (inscrito na Cruz Alta, em Almada)
ResponderEliminar"A vida é uma simples sombra que passa (...); é uma história contada por um idiota, cheia de ruído e de furor e que nada significa."
ResponderEliminar“Que é a vida ? Um frenesim. / Que é a vida ? Uma ilusão, / Uma sombra, uma ficção, / e o maior bem é pequeno, / que toda a vida é sonho, / e os sonhos sonhos são” - "La Vida es Sueño", II, XIX)
ResponderEliminarDesmaio ao crepúsculo.
ResponderEliminarAmpara-me, esmaga-me rosas no peito, morde-me a boca.
Segreda-me Aquilo.
Tudo ressuscitará de haver nascido.
existe um príncípio que não passa pela linguagem, todos o 'conhecemos',
ResponderEliminarnão queremos reconhecê-lo.
A aphorese da Luiza é desenhada com uma lâmina de dupla face interrogante, que radica no nenhures duma tal suspensão do pensar em circulação uroboros e, por isso, é abismicamente silenciante e silenciadora: aqui ouvimos apenas alguns contra-ecos (eu incluído)...
ResponderEliminarGrato, como sempre, Luiza|
De Pé (Saudação a Antero)
ResponderEliminar«Força é reconhecer
Que a morte, quando escolhida
É uma espécie de antever
A vida dentro da vida
É parecida
Só parecida
Com a vida por viver
Num jardim quadrangular
À vista do oceano
Pode perder-se o olhar
Na praia do desengano
É humano
Sobre-humano
É ter um canto p'ra salvar
De pé, meu canto, não te rendas
Saúda o mestre das oferendas
Canta, canta, coração
Que o poeta só te dá o que lhe dão
De pé, memória do futuro
Há sempre luz ao fim do escuro
Numa ilha só morre o que lá está
O que conta, no que foi, é o que será
É bem pobre condição
Render-se ao desespero
E ler só morte na mão
Direita de Antero
O que eu quero
Porque quero
É negar a negação
Há uma ausência feroz
Que veste a nossa mágoa
E esquecemos que é por nós
Que a fonte deita água
Mas eu trago-a
Mas eu trago-a
É a razão da minha voz»
José Mário Branco