photography by Edward Weston, American, (1886-1958)
a cintura é a parte mais importante
do corpo de uma mulher,
o pequeno arco em que gira
todo o seu movimento.
que as rotações imprimem:
imagens fugitivas, desfocadas,
de costelas, seios,
braços, ombros e cabelos;
ou virilhas, nádegas,
pernas múltiplas, como
na dança, sob a retina fotográfica.
pura luz,
mas com uma trajectória, que cria
o espaço e o tempo.
um eixo vertical imóvel, ou seja,
possuir ilusoriamente a mulher,
teria de a pontuar no olhar, no meio
dos lábios, no umbigo,
no ponto mais sensível do clítoris,
na junção dos pés.
- o que fixa o fluido,
e crucifica a carne
à eternidade do conceito.
Vítor Oliveira Jorge
“Pequeno Livro de Aforismos
Seguido de Algumas Alumiações”
Porto, 2005
Essa fotografia e esse poema...pura glória.
ResponderEliminarExtasiado, completamente! Ui, que me perdia já nesta cinturinha... oh, curvas e mais curvas. Oh, mulheres belas e benditas.
ResponderEliminaré um poema q nos transporta, com sensualidade, a uma viagem pelo corpo da mulher.
ResponderEliminartb acho relevante a questão da cintura e o facto de ela se "perder", aquando a maternidade - aí, o corpo ganha uma beleza "acintura" (ehehe) ao ser veículo do milagre da vida, transportando magia!
é bom irmos lendo poesia diversificada.
obrg bj
O tacto a fixar a carne à "eternidade do conceito"!? Isso é que não! Este final desfigura o poema.
ResponderEliminarBelíssimo, este poema, pleno de sensualidade. Gostei muito.
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