Foi numa noite de Inverno, em que eu fui, serei, lembrado, imaginado, não interessa, crendo em mim, crendo que sou eu, não, não vale a pena, dado que há os outros, onde, no mundo dos outros longos percursos mortais, sob o céu, com uma voz, não, não vale a pena, e com que mexer, de vez em quando, também não, dado que os outros passam, os autênticos, mas sobre a terra, certamente sobre a terra, o tempo de uma nova morte, dum novo despertar, esperando que aqui isto mude, que qualquer coisa mude, que faça nascer mais adiante, ou então ressuscitar, no fundo de fora deste murmúrio de memória e de sonho.
Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
sábado, 27 de dezembro de 2008
Murmúrio
Samuel Beckett, Textos para Nada - XII
"murmúrio de memória e de sonho" - de facto, há uma voz branda, quase-silenciosa, tb aliada a sons da natureza que nos alerta para a nossa própria essência de constante mudança, nesse frémito, inquietante, que nos motiva a realizar e/ou recriar algo.
ResponderEliminargostei mt do texto, não o conhecia.
grata pela partilha:)