Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Das Narrenschiff - A Nau dos Loucos
Somos a Nau dos Loucos. Navegamos a ilusão de ser.
Mundo: Festa do(s) Louco(s).
Tudo é uma Festa de Loucos. Maior demência do que não ver a sua profunda seriedade é levá-la a sério.
O mundo é a Dança dos Mortos-Vivos.
Loucura: "a inspiração caótica, tempestuosa, anterior ao Fiat divino" - Teixeira de Pascoaes, O Pobre Tolo.
E se a loucura não fosse uma fuga ou desvio da realidade, mas antes o sentimento de realidade um efeito da loucura ?
O mundo é a torre da fortuna que desaba. E só o louco ri de nem ele ficar de pé.
- in A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, Sintra, Zéfiro, 2008.
Sou um louco desabado,
ResponderEliminarmaluco, doido e tarado
Ando com o cu ao ar
sentado e sempre a andar
A minha ventura é infinita
pois só como batata frita
e nada leio senão Raul Leal
no meio de um eterno bacanal
Cuidado amigos e amigas
que vos agitais como formigas
A vida corre e a morte vem
sem saber nem olhar a quem
Enquanto tanto trabalhais
eu só olho prós pardais
Cagam-me às vezes no olho
mas eu não largo o repolho
Sou um bom filho da mãe
sempre teso e sem vintém
mas andar teso dá jeito
pois alguma logo aproveito
das anjas qu'andam p'lo mundo
sempre boas pró tal assunto
e que se comem todas à mão
acompanhadas de bom carrascão
Assim vivo e me divirto
enquanto vocês ensandecem
a fazer de conta que são normais
e outras coisas bem tristais
Topam!?
Sebastian Brandt, autor da "Nau dos Loucos", foi um grande humanista católico que visou nesta obra denunciar a insensatez e o vício moral dos homens... E destes dois insensatos que aqui escrevem prefiro o parvo ao intelectual, que já tem idade para ter juízo... A loucura está no homem, não em Deus. A quantidade de heresias que brotam daquele Pascoaes e que devoram, como serpentes ávidas, quem o lê...
ResponderEliminarOh sábio Manuelinho
ResponderEliminarem ti tudo é efusão, e ultra-razão, sindicalismo, arte e revolução. Ah poeta, místico e profeta, Henoch também, pois em ti nada é que não seja vertiginosa ebulição...e ler-te assim, nesta vertigem, neste delírio é como sentir em mim pulos na razão...
Depois, depois lá vem outra vez a religião da razão...
Muitos vivas ao Manuelinho...e à Maria da Conceição, mas aqui com um senão:
é que é quem o lê (ao Pascoaes) que o tem na boca, mas morrer na boca de Pascoaes...não seria nada mal acontecido...desculpe lá a heresia, mas até Deus perdoaria a quem por amor assim morresse para o calar...
Cara Batata Frita, o que é isso de "morrer na boca de Pascoaes"?... Não entendi.
ResponderEliminaré místico não te confundas...
ResponderEliminaré uma experiência indefinível e inefável...
Blog de malucos...
ResponderEliminarSó malucos não, sobretudo loucos!
ResponderEliminarBem bebida de carrascão, mas ávida e atenta aprendiz, pergunto-te Manuelinho:
ResponderEliminar- Não é este, o tal Raul Leal, o sábio profeta demencial?
Então bebamos, para que ele nos chame artistas e com eles partamos na barca da revolução!
Tua mui leal e lealina companheira do copo ... e da batata frita...
O Copinho 3 é mais falador, a Batatinha frita, já se vê, é mais companhia contemplativa é, aliás, batatinha de outras eras...
ResponderEliminarPara a batatinha frita, façamos Manuelinho uma saúde. À Saúde dela e de todos os loucos!
Ao Anónimo das 15h.17: Bem-vindo!
ResponderEliminarAcabou de entrar e não precisa de nome. Aqui a loucura do sem nome basta. Haja vinho p'ra mais um !!!!!
Copinho 3 e Batatinha frita e todos os demais, o Manuelinho agora está muito ocupado a não fazer nada e fazer tudo ao mesmo tempo e por isso mandou-me beber um copo convosco:
ResponderEliminarÀ vossa Saúde, então,
que a Nau ao infinito rume
sem padre nem sermão,
só amor, riso e lume!
Querido Rumî, não há padre, nem sermão. Mas que assim seja! E seja feita a vossa vontade assim na terra (com pão e vinho) como na Nau... (amor, riso e lume). Amén.
ResponderEliminarcopinho de três
ResponderEliminarnos tempos em que eu beber podia...
conversa, vá. Os copos de três tinham uma cinturinha azul.
Aqui em Évora, de onde é este depravado herege Manuelinho, os meus amigos pediam ao balcão um tinto, por favor, só aí pela cinta.
mais debochado eu - tanto quase o dito Manuelinho - juntava à pulsão pelo álcool o vício do erótico:
por favor não encha - só pela LIGA
abraços
Ai... não me tire a LIGA que está muito frio, prefiro a Nau que tem lume... mas não desdenho o convite, fiquemos pois pela cintura. E dancemos um tango com uma rosa na boca. No final, até a Maria da Conceição, tocada pela minha contenção dirá: "Bravo!". Mas se ela ficar rabugenta, Platero, dance com ela ao som do Piazzolla.
ResponderEliminarIsto está a animar... Tenho a impressão de que o Copinho de Três daqui a pouco vai de pénalti...
ResponderEliminarPénalti?! "Olhe que não, olhe que não!..." Golo?! Também não!
ResponderEliminarLer isto é um autêntico yoga do riso!
ResponderEliminarPlatero, não lhe ligues, tira-lhe a liga que é o que ela quer!... A cinta e a cintura vêm depois.
ResponderEliminarEste blog é o espelho do país e do mundo: uma cambada de parvos alegres.
ResponderEliminarPois, a ti só te falta ser alegre.
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