Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Yukio Mishima, "A Senhora de Sade"
"Quem comete um crime, por mais que não queira, tem que se confrontar com Deus. O erotismo é um processo de chegar a Deus, seguindo o lado inverso. "
E qual a relação entre uma coisa e outra, entre o crime e o erotismo? Serem ambos formas inversas de chegar a Deus?
Não creio. Quem comete um crime confronta-se com Deus como um arqueiro se confronta com o alvo que falha. Porque o "pecado" bíblico foi traduzido para grego como "hamartia", falhar o alvo. Quanto ao erotismo, todo ele visa Deus, embora sem o saber e se bem que a maioria das vezes se detenha no que não é Deus. Os Padres da Igreja oriental ainda falavam do amor a Deus e do divino amor usando a palavra "eros". Cristo era para eles o "eros crucificado". É com a mentalidade protestante que se consagra a crescente clivagem entre "eros" e "agapé"...
Não sei se Mishima estaria em condições de entender plenamente isto...
O que sabes tu de erotismo, teóloga beata!? O que sabes tu do tesão ardente que crepita nas entranhas do mundo e corrói deuses e homens no desejo do impossível!? O que sabes tu da ânsia de comer e ser comido, da voragem que revolve o âmago do ventre e do ser!?
Crer para ver
ResponderEliminarE qual a relação entre uma coisa e outra, entre o crime e o erotismo? Serem ambos formas inversas de chegar a Deus?
ResponderEliminarNão creio. Quem comete um crime confronta-se com Deus como um arqueiro se confronta com o alvo que falha. Porque o "pecado" bíblico foi traduzido para grego como "hamartia", falhar o alvo.
Quanto ao erotismo, todo ele visa Deus, embora sem o saber e se bem que a maioria das vezes se detenha no que não é Deus. Os Padres da Igreja oriental ainda falavam do amor a Deus e do divino amor usando a palavra "eros". Cristo era para eles o "eros crucificado". É com a mentalidade protestante que se consagra a crescente clivagem entre "eros" e "agapé"...
Não sei se Mishima estaria em condições de entender plenamente isto...
O que sabes tu de erotismo, teóloga beata!? O que sabes tu do tesão ardente que crepita nas entranhas do mundo e corrói deuses e homens no desejo do impossível!? O que sabes tu da ânsia de comer e ser comido, da voragem que revolve o âmago do ventre e do ser!?
ResponderEliminarPor favor! entretenham-se com as vossas brincadeiras pequenoburguesas mas deixem o Mishima em paz. É demasiado grande para vós
ResponderEliminar"Pequeno-burguesas"!? Desenterraste esta linguagem da Abrilada?
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