Império
Império é toda a vacante e gloriosa irradiação do sem quê, porquê ou para quê de ser possível haver alguma coisa e o nada que nem sequer o é. Império é a esplendorosa nudez de tudo e da consciência de a haver. Império é a sempiterna pujança da desmesura das coisas. Da nossa desmesura. Da desmesura de estarmos aqui, na infinita fragilidade de não sermos mais que Infinito.
No Império radica todo o poder, o poder do infinito poder ser, como na impotência radica todo o desejo de poder ou aquele poder aparente que não é mais do que submissão ao desejo de dominar. O poder, ou seja, a escravidão, pelo qual se luta. Pelo qual se mata e morre.
Mas o Império não é deste nem doutro mundo. É o próprio mundo antes de o haver, antes de o imaginarmos algo e a nós alguém, pura e ilimitada virtualidade sem sujeitação-objectação possível. Por isso não tem Imperador e está repleto deles. Cada um dos fenómenos e instantes de percepção o é. Porque tudo, a cada instante, é original, perfeito e puro. Sagrado.
Mesmo a inconsciência de o ser.
É por isso que, Agora e Sempre, e por sermos nevoeiro:
É a Hora !
Venha o imperialismo deste Império!
ResponderEliminarPorque é que é sempre a Hora e nunca é!?
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