sábado, 11 de outubro de 2008

LUNAÇÃO

(pintura de Lhano)


Ela trazia nas mãos a dicção do vento
Descosido o vestido media-lhe os silêncios
E descobria-lhe solares os seios onde poderia
Deitar a minha cabeça e quase roçar o universo
E talvez o mar viesse debicar
Entre o cais e a sede
A minha nuca enfim rasgada como rubro navio


luís filipe pereira

(www.lippepereira.blogspot.com)

4 comentários:

  1. E quase espelhando 'Lunação' está... Anul-ação, e porque não, Anelação.

    ResponderEliminar
  2. Obrigado Prof. Paulo Borges, que saudades tenho das suas aulas. que alento me dão as suas palavras. Que referência será sempre para mim. Um abraço

    luís filipe pereira

    ResponderEliminar
  3. Que maravilha perder-me nessa diccão, ler-te como zarpar na sonoridade: ancoradouro e rampa: "entre cais e sede"------

    ResponderEliminar