Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
(Um) Outono
O Sol cruzou hoje o plano do equador celeste, naquele que é o seu movimento anual (aparentemente elíptico) e a esse instante do Universo chama-se Equinócio de Outono.
Dia e noite demoram o mesmo tempo a passar. Dia e noite iguais, no hemisfério norte.
É linda esta Igualdade, é linda a Natureza e é lindo todo o Universo.
A harmonia entre dia e noite, luz e breu, Sol e Lua, claro e escuro.
Chego a esta altura do ano e começo a sentir saudades do futuro.
Espero pelos dois meses mais difíceis do ano, Outubro e Novembro.
Espero por eles a pensar neles e sentir falta deles em mim. Porque eles sempre me despertam para mim mesma, para a minha essência, para o que sou, para o que fui e para o que me tornei.
Nestes dois meses de Outono, olho-me no espelho, olho-me nos meus olhos e explico-me a mim mesma tudo aquilo que me quero dizer e não me entendo, não me reconheço.
Paro muito, recuo muito, avanço e volto a trás. Tudo isto em suspensão.
É uma altura de poucas palavras, de muito silêncio.
O Outono trás de volta a minha alma, o meu passado e o meu futuro. Traz-me de mim, recupera-me o "Ser".
Vem Outono!
Vem sem pressa, que eu não tenho tempo a perder com pressas e o meu passado e o meu futuro em ti se unem, em mim mesma.
Chegaste, Outono!
E Cheguei eu! Ou parti, é a mesma coisa.
Fechei os olhos, fiquei em silêncio e ouvi o som que tanto precisava ouvir:
o bater do coração.
Renasci e Morri de mim.
Preciso acender uma vela laranja, uma dourada, uma amarela.
Este Outono vai ser maravilhoso*
*excerto de texto publicado originalmente no blog da Sereia*
Ou (apenas) (um) (outro) Outono?
ResponderEliminarNeste Outono, direi melhor... AGORA... temos Andrómeda no Zénite, bem no alto das mentes...
Melhor ainda... Há uma galáxia denominada M31, situada a uma distância para nós incompreensível que gira perpendicularmente ao nosso eixo, também nesta noite de Outono... estrelada... aqui por estas bandas...
A constelação Andrómeda e a galáxia M31 são o que se pode chamar vizinhas, dada a distância aparente entre ambas...
Se por aí houver uma abertura por entre este céu nublado, aproveitem...
Não é todos os dias que isto acontece, ao contrário do Outono... (apenas) (um) (outro) Outono na nossa efémera passagem enquanto mortais na Via Láctea...
Vida, agora em metamorfose (lembro-me da cor das folhas), também ela uma efeméride, tão passageira, que só nós damos pela sua presença... ou a sua ausência.
Boa noite, muito boa noite.