George Frederick Watts
Sentada sobre o mundo labirinto, de cabeça caída, de olhos tapados por causa da vertigem e da rotação da Terra, de ouvidos fechados por causa do silêncio desejado, a Sensível Existência Humana, coberta de musgo – esperança viçoso no Inverno da vida – e de coração pendido, tecido no tear de Penélope, está e não está no mundo.
Acima dele, a Sensível Existência Humana, tece e retece, toca e retoca a harpa e o coração-arca na mão. A Sensível Existência Humana, presa ao que não esquece e a tece, cria e recria os infindos caminhos do perdão. “Saudade”, dizem os seus lábios imobilizados num rosto ovo-criação. “Ai Saudade!” clama o seu corpo entregue ao ritmo de um grito de invocação. Grito vertido num corpo já convertido, já rendido nos braços da eterna mãe, a Criação.
Mulher sentada, mulher curvada, chegam-nos de ti espasmos e traços de silenciosa compaixão. Que te converte nesta terna e esplêndida composição?
Que te contorce para essa doce, suave e ínclita inclinação?
(…)
Vislumbro no teu centro um berço, perscruto no teu âmago um pranto. E choro o que nenhuma palavra diz e o caminho que com nenhuma palavra condiz. E choro e, em pranto, desfaço o meu limite traçado a giz. Junto a ti deixo o meu tear e a minha harpa. É junto de ti, Saudade, que deixo os instrumentos com que os Amigos resgatam a humanidade, com a sagrada composição e a enlevada inspiração, da veemência dos nomes e entregam as nossas vidas na suave e doce melodia da sua respiração. Ao, Paulo, deixo o tear e a harpa, porque o sei espírito puro desta visão: a Saudade viva a compor uma canção, o poema redenção.
Acima dele, a Sensível Existência Humana, tece e retece, toca e retoca a harpa e o coração-arca na mão. A Sensível Existência Humana, presa ao que não esquece e a tece, cria e recria os infindos caminhos do perdão. “Saudade”, dizem os seus lábios imobilizados num rosto ovo-criação. “Ai Saudade!” clama o seu corpo entregue ao ritmo de um grito de invocação. Grito vertido num corpo já convertido, já rendido nos braços da eterna mãe, a Criação.
Mulher sentada, mulher curvada, chegam-nos de ti espasmos e traços de silenciosa compaixão. Que te converte nesta terna e esplêndida composição?
Que te contorce para essa doce, suave e ínclita inclinação?
(…)
Vislumbro no teu centro um berço, perscruto no teu âmago um pranto. E choro o que nenhuma palavra diz e o caminho que com nenhuma palavra condiz. E choro e, em pranto, desfaço o meu limite traçado a giz. Junto a ti deixo o meu tear e a minha harpa. É junto de ti, Saudade, que deixo os instrumentos com que os Amigos resgatam a humanidade, com a sagrada composição e a enlevada inspiração, da veemência dos nomes e entregam as nossas vidas na suave e doce melodia da sua respiração. Ao, Paulo, deixo o tear e a harpa, porque o sei espírito puro desta visão: a Saudade viva a compor uma canção, o poema redenção.
Isabel, muito grato pela belíssima imagem e pelas palavras tão fundas e bondosas!
ResponderEliminarPaulo, tal como a Isabel também te deixo a minha harpa e o tear.
ResponderEliminarA ti, Isabel, deixo um sorriso.