O rebanho voltou ao pasto, desta vez com o pastor (que segura ao colo a cria mais nova). Tudo não tinha passado de uma interpretação "trocada" dos sinais do céu. O vento amainou num instante. e o convívio interrompido retomou o seu curso. Mudou de direcção o "vento" da conversa... porque era sábado, ficámos mais um pouco.
Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Bucólicas
O rebanho voltou ao pasto, desta vez com o pastor (que segura ao colo a cria mais nova). Tudo não tinha passado de uma interpretação "trocada" dos sinais do céu. O vento amainou num instante. e o convívio interrompido retomou o seu curso. Mudou de direcção o "vento" da conversa... porque era sábado, ficámos mais um pouco.
De certo pensaria no mesmo... Alberto Caeiro.
ResponderEliminarPermiti-me a entrar nessa carrinha e esperar que o rebanho passasse. Com ou sem rumo aparente. Aos meus olhos a sensação de passagem, de passado. Aos meus olhos outros mais que mil, olhavam-me, sem nada me perguntarem. Ali fiquei, esperando em passagem de tempo, a minha "recordação de futuro".
Como às vezes são tão gratificantes esses momentos...
Como agora, sentado no banco da frente, na primeira fila da minha vida, a passo apressado, em direcção ao incerto.
Saudação de gratidão.
Vergílio,
ResponderEliminarPosso vê-lo, de pé, na carrinha, à espera, e a amar essa espera. O pastor terá dito às ovelhas que o tempo às vezes enlouquece, que não ligassem a este outono... Sei lá, talvez tenha resmungado, o trabalho dobrado...
Creio que essa passagem lhe entrou na alma e, tal como me sucedeu, dissipou as nuvens que ainda moravam no pensamento. A cria clareou o dia. Ela aproximou-se, frágil e inocente. Só não lhe fizemos uma festa, porque alguém disse que a mãe a rejeitaria por causa do nosso cheiro. Foi um momento terno para todos.
Grata pelas suas palavras.
As ovelhas são literalmente um animal fofinho... :)**
ResponderEliminarA Anita! Quem me dera com a sua idade ter tido a sua força!
ResponderEliminarÉ a maior lição de humanidade e de pureza que recebi até hoje.
Espero estar à altura da lição recebida.
Esse é que é o problema. Recebemos as lições e depois... depois, enfim...
Mas deixo aqui isto:
http://www.youtube.com/watch?v=wtOXRchcHek
Mas que idade? Só conheço uma idade: a 3ª Idade, onde todas se reunem.
ResponderEliminarSó tens de estar à tua altura, não metas a lição que não há (separada de ti) pelo meio.
(supondo essa dita Idade ser a dos loucos portugueses do séc. XIII, do Agostinho...)
ResponderEliminarAbraço Fra-terno, Paulo.
ResponderEliminarSaudade,
ResponderEliminarSe é que posso trata-la por.
A cria, seria então o elo da não ligação da realidade à poesia.
Nesse momento talvez tenha acontecido o que normalmente chamamos de... "fez-me regressar à realidade". Não é mau por isso. É bom. Tal como o desejo de abraçar alguém.
Aqui estamos, observadores e cria... e um pastor (ou alguém) que pelo o por si foi dito, nos remete de imediato à nossa condição, espectadores deleitados.
Grato eu,
ou... todos nós, "rebanho" de serpentes do uno imaginário colectivo..:)
Vergílio, o que me veio agora é que o próprio pastor se tornou a cria, porque ele mesmo é o rebanho que conduz, isto é, não precisa de o conduzir, o mesmo é dizer, não precisam mais de ser conduzidas as "ovelhas"...
ResponderEliminarapenas de se deixarem conduzir por si mesmas, despertas que se tornam para si - que é o que me parece dizer já há uns séculos a Idade do Espírito Santo.
Parabéns!... Um abraço!
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