Um vento a soprar nas sandálias do tempo é um deus erguido em voo a sobrevoar o futuro. Será que o som da floresta a arder recebe na boca o voo de um deus ainda mais estranho e terrível? Que fazer nesse momento com os versos? Cantarei com as árvores a sua densa sombra morta? Passarei com os rios, no destino corrente do seu leito? Deixarei o meu corpo arrastar-se com as pedras para depois ser cuspido pela fúria do mar contra a falésia do esquecimento?
Tudo isso faz a forma do vento desejar ser barco. Faz da madeira o mastro que o marinheiro sobe, para ver se há palavras navegáveis para devolver à invisível força que nos leva na corrente. Haverá horizonte para além das montanhas? Haverá, para lá do medo, alguma ilha acordada da tormenta das águas?
Das luzes mortas do farol, o negro espectro dos céus cai no grosso mar enegrecido e irado. No tempo de morrer, que palavra de luz lançar ao céu nocturno? Que farei com as palavras afogadas? Devorarei o deus antigo ou morrerei na praia?
Gritarei até perder as forças, por uma palavra inflamada? ou selarei para sempre a boca? O vento devolverá as sandálias do pescador. A floresta dormirá nos olhos de um deus escondido. As árvores, os rios e o mar receberão o meu corpo mudo e um deus soprará uma palavra de vento para dentro dos meus olhos nascidos. Depois da morte, uma palavra será uma pedra dura de silêncio sob a tempestade dos céus?
Quem cantará, agora, essa palavra às sandálias do tempo? Para que, lançada da falésia, uma águia erga na plenitude pacificada da minha morte, uma palavra nova para amortecer a dor. De uma forma ou de outra, estamos todos mortos para as palavras que não voam. Que anjos do futuro chegarão para cobrir de sombra o corpo da Saudade? Em que sopros regresssarei?
Tudo isso faz a forma do vento desejar ser barco. Faz da madeira o mastro que o marinheiro sobe, para ver se há palavras navegáveis para devolver à invisível força que nos leva na corrente. Haverá horizonte para além das montanhas? Haverá, para lá do medo, alguma ilha acordada da tormenta das águas?
Das luzes mortas do farol, o negro espectro dos céus cai no grosso mar enegrecido e irado. No tempo de morrer, que palavra de luz lançar ao céu nocturno? Que farei com as palavras afogadas? Devorarei o deus antigo ou morrerei na praia?
Gritarei até perder as forças, por uma palavra inflamada? ou selarei para sempre a boca? O vento devolverá as sandálias do pescador. A floresta dormirá nos olhos de um deus escondido. As árvores, os rios e o mar receberão o meu corpo mudo e um deus soprará uma palavra de vento para dentro dos meus olhos nascidos. Depois da morte, uma palavra será uma pedra dura de silêncio sob a tempestade dos céus?
Quem cantará, agora, essa palavra às sandálias do tempo? Para que, lançada da falésia, uma águia erga na plenitude pacificada da minha morte, uma palavra nova para amortecer a dor. De uma forma ou de outra, estamos todos mortos para as palavras que não voam. Que anjos do futuro chegarão para cobrir de sombra o corpo da Saudade? Em que sopros regresssarei?
e é do fundo da temível temp-estade que chega a desejada "etern-estade". :P
ResponderEliminarUau. estava com medo de responder, mas a resposta já aqui estava...
ResponderEliminarEu começo a não conseguir palavras para aqui deixar, Saudades! Tudo isso o sinto. Vivo num estado intermediário. Enfim... :)