sábado, 23 de agosto de 2008

do tempo

Rosto calmo
Rosto rugas
- rios de rugas –
Sem margens
Sem limites
(cordas)
Rosto Música
Rostro
Povich

Foto de Fernando Moital

4 comentários:

  1. é interessante falares em rios de rugas... como que o corpo a aproximar-se da sua origem natural... assim como os bebés nascem, assim se regressa à Terra... engelhadamente.:)

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  2. fez-me relembrar...

    "Emergirás confirmada e reunida
    Espantada e jovem com as estátuas arcaicas
    Com os gestos enrolados ainda nas dobras do teu manto"
    Sophia de Mello Breyner Andresen

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  3. Gosto dos que não falando sabem ler rostos. Obrigada pela imensa beleza do que disse, do que vê, seguramente do que é. Faz lembrar um dos rostos que me amparou quando nasci. Eu que nasci em casa e logo fui parar ao colo de um rosto rio, de um rosto com rugas e um rosto que foi "rostro".

    Do mais fundo de mim receba o meu a ficar com rugas e rios. Também de chorar, também de rir e sorrir.

    A rir, a chorar e a sorrir para si.

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  4. isabel

    o poeta - é bem de ver que não é de mim que falo - me parece um espeólogo do espírito: uma espécie de descobridor de maravilhas ocultas pelo tempo.

    se o meu simulacro de poema te fez "lembrar" fosse o que fosse, mesmo que diletante me sinto próximo do tal trabalho de espeleologia.

    obrigado por isso

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