sábado, 5 de julho de 2008

A Presença da Saudade

2 comentários:

  1. masiado Um sorriso demasiado fundo para ser visto. Vê como há coincidências! Ah! e aqui está o cálice!

    Sim aproxima e distancia do mundo. E eu bem o sei...aromatizo esse balanço em quase tudo e parto. Eu, se fosse alguma coisa, seria um cais de partida...

    E agradeço todas as formas directas e indirectas com que escuta o mais secreto em mim.
    Brindo à sua fundíssima sensibilidade que qual leque abre e des-cobre cenários de saudade e coincidência.

    ResponderEliminar
  2. Aconteceu-me

    Eu vinha de comprar fósforos
    e uns olhos de mulher feita
    olhos de menos idade que a sua
    não deixavam acender-me o cigarro.
    Eu era Eureka para aqueles olhos.
    Entre mim e ela passava gente como se não passasse
    e ela não podia ficar parada
    nem eu vê-la sumir-se.
    Retive a sua silhueta
    para não perder-me daqueles olhos que me levavam espetado.
    E eu tenho visto olhos!
    Mas nehuns que me vissem
    nenhuns para quem eu fosse achado existir
    para quem eu lhes acertasse lá na sua ideia
    olhos como agulhas de despertar
    como íman de atrair-me vivo
    olhos para mim!
    Quando havia mais luz
    a luz tornava-me quase real o seu corpo
    e apagavam-se-me os seus olhos
    o mistério suspenso por um cabelo
    pelo hábito deste rel injusto
    tinha de pôr mais distância entre ela e mim
    para acender outra vez aqueles olhos que talvez não fossem como eu os vi
    e ainda que o não fossem, que importa?
    Vi o mistério!
    Obrigado a ti mulher que não conheço.

    ResponderEliminar